1937 – Plano Madagáscar
Concebido por Adolf Eichmann, oficial nazi de topo da Schutzstaffel (SS) e um dos principais organizadores do Holocausto, o «Plano Madagascar» foi um projecto do regime nazi alemão para resolver o chamado «problema judaico». A ideia era deportar todos os judeus da Europa para aquela ilha do Pacífico a milhares de quilómetros do continente europeu, à época uma colónia francesa. Os nazis acreditavam que, isolando a população judaica do restante da população europeia, a poderiam controlar e submeter. Vista como uma solução «não violenta», a deportação respondia à necessidade de afirmar a supremacia da raça ariana e de neutralizar os judeus, tidos como seus inimigos e culpados por todos os males da sociedade. Os problemas logísticos colocados pelo transporte em larga escala exigido pelo plano, agravado com o início da Segunda Guerra Mundial em 1939, a par da radicalização nazi, levam ao abandono do projecto em benefício de uma abordagem mais brutal e genocida: a Solução Final, ou seja o extermínio em massa de judeus em campos de concentração e extermínio. 87 anos depois, Israel, que se assume como Estado judaico, recupera o Plano Madagáscar e negoceia com vários países, entre os quais a República do Congo, a deportação dos palestinianos de Gaza.