Arnaldo Trindade deixa legado na música
O histórico editor de música e fundador da Orfeu, Arnaldo Trindade morreu, no dia 8, aos 89 anos.
Nasceu na freguesia do Bonfim, no Porto, em 1934. Sócio do Cineclube do Porto e um dos fundadores do TEP – Teatro Experimental do Porto, além de ter sido um dos mais importantes editores de música portuguesa, Trindade teve uma vida profundamente ligada à cultura da cidade portuense.
Foi em 1956 que fundou a editora Orfeu à qual ficariam, para sempre, associados cantores como José Afonso, Adriano de Correia Oliveira, Sérgio Godinho, Fausto, Vitorino, Francisco Fanhais e produções de José Mário Branco e José Niza. Responsável ainda por editar as duas senhas da Revolução de Abril, Grândola, Vila Morena e E depois do Adeus, foi, nas suas próprias palavras «adepto de um mundo melhor».
Foi a Orfeu que editou vários álbuns de José Afonso, autor a que a editora ficaria particularmente ligada, como Contos velhos, rumos novos (1969), Traz outro amigo também (1970), Cantigas do Maio (1971), Eu vou ser como a toupeira (1972), Venham mais cinco (1973), Coro dos tribunais (1974), Com as minhas tamanquinhas (1976), Enquanto há força (1978), Fura fura (1979) e Fados de Coimbra (1981).
Pela editora foram lançados ainda dezenas de outros discos influentes como o 10.000 Anos Depois entre Vénus e Marte, de José Cid, O Canto e as Armas, de Adriano Correia de Oliveira, E Depois do Adeus, de Paulo de Carvalho.
Foi distinguido, em 2012, com a medalha municipal de mérito pela Câmara Municipal do Porto.