Sindicatos levam às ruas desigualdades do Natal
Nesta época festiva, aumentam os preços e os lucros, ficam mais evidentes as desigualdades e as injustiças sociais, reforça-se o protesto e sobe a reivindicação de vida melhor para os trabalhadores.
A luta organizada é determinante para alcançar vida melhor
Esta segunda-feira, dia 11, a meio da tarde, a União dos Sindicatos de Setúbal realizou um desfile, com representantes de trabalhadores dos principais sectores e empresas, que transportaram exigências de aumentos dos salários e justa distribuição da riqueza, emprego de qualidade e melhores serviços públicos, em «embrulhos de Natal» e nas palavras de ordem gritadas desde a Praça do Quebedo.
A marcha terminou no Largo da Misericórdia, com intervenções sindicais a marcar a instalação de uma «árvore do trabalho», com os símbolos das exigências colocadas ao patronato e ao Governo.
No Porto, no dia 6, quarta-feira, as justas reivindicações dos trabalhadores do distrito foram colocadas num pinheiro de Natal, na Campanhã.
A iniciativa da União dos Sindicatos do Porto – como esta assinalou na sua divulgação – teve um carácter simbólico, para deixar em público a mensagem de que «só teremos igualdade, só teremos uma justa distribuição da riqueza, só seremos verdadeiramente valorizados, quando assumirmos, na rua, nas empresas e nos locais de trabalho, a luta por uma vida melhor».
Para ontem, dia 13, ao final da tarde, da Praça Luís de Camões até ao Rossio, a União dos Sindicatos de Lisboa marcou uma «Marcha Popular de Natal», para «denunciar e combater as gritantes desigualdades e injustiças sociais, numa época do ano em que tanto se fala de justiça e de solidariedade».
«A realidade na região de Lisboa é bem difícil e pior, em algumas áreas, que a realidade nacional, nomeadamente no emprego, na saúde e na habitação», salientou a USL, ao anunciar esta acção, em que iria participar a Secretária-Geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha.
A estrutura distrital da Intersindical observou que nesta época «tudo aumenta, à excepção dos salários e pensões, agravando ainda mais a situação económica e social». É também por estes dias que são anunciados «lucros escandalosos, em contraste com o aumento da pobreza».
Uma «tribuna pública» em defesa do Serviço Nacional de Saúde foi promovida, a 24 de Novembro, pela União dos Sindicatos da Guarda, na Alameda de Santo André. Mereceu destaque a exigência de soluções para o Hospital Sousa Martins (ULS Guarda). Uma nova concentração, em defesa do SNS e da Maternidade da Guarda, está marcada para o mesmo local, para este sábado, dia 16, às 16h30.
Administração Local
«Os trabalhadores não se demitem de lutar pelos seus direitos e pelas suas reivindicações», destacou o STAL/CGTP-IN, ao anunciar várias lutas que vão ter lugar este mês.
Nas piscinas municipais de Coimbra, decorre até amanhã, dia 15, uma greve (às três primeiras e às três últimas horas da jornada de trabalho) que começou a 13 de Novembro, pelo aumento retroactivo do abono para falhas.
Para hoje e amanhã foi convocada greve dos trabalhadores dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, por instalações condignas para os motoristas.
Os trabalhadores das autarquias do Concelho de Almada manifestam-se a 21 de Dezembro, pelo aumento dos salários e contra a subida do custo de vida. Durante a manhã tem lugar um desfile, que termina com uma concentração frente à Câmara.
Nos dias 22, 23 e 26, estarão em luta os trabalhadores da recolha nocturna de Resíduos Sólidos Urbanos, da CM de Oeiras, contra a alteração unilateral dos horários de trabalho e pela manutenção dos turnos fixos, de segunda a sexta-feira.
Na empresa municipal Maiambiente, a luta vai decorrer entre 25 de Dezembro e 1 de Janeiro, pela negociação de um acordo de empresa, pelo horário semanal de 35 horas e em defesa da liberdade de filiação sindical.
Anteontem, dirigentes sindicais do STAL e do STML levaram a exigência de valorização real dos salários, com aumentos de 15 por cento, com o mínimo de 150 euros, já em 2024, à administração da Gebalis e demais participantes numa iniciativa desta empresa municipal de Lisboa, em Monsanto.