OPORTUNIDADE PARA ABRIR CAMINHO A UMA OUTRA POLÍTICA

«Reforçar o PCP e a CDU»

O País continua confrontado com a crise político-institucional desencadeada pela demissão do primeiro-ministrodo Governo de maioria absoluta do PS.

Ora, como a vida viria a mostrar, a maioria absoluta obtida pelo PSnão só não garantiu a prometida estabilidade política e social, como muito menos, foi usada para resolver os problemas com que os trabalhadores e o povo estão confrontados.

Tal como o PCP oportunamente alertou,que o PS pediu a estabilidade política não para resolver os problemas dos trabalhadores e do povo, mas para levar mais longe a sua opção pela política de direita, ao serviço do capital monopolista.

O PS teve maioria absoluta e todos os problemas que era preciso enfrentar não só ficaram por resolver como se agravaram, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde, mas também na habitação, na educação, nos transportes, onde os problemas cresceram.

A vida desmentiu a ilusão que levou muitos a pensar que dar força ao PS, seria uma espécie de seguro de vida contra a política de direita e os seus efeitos nefastos. O que a realidade veio a mostrar é que não só não foi obstáculo a essa política como foi, isso sim, por sua opção, um fiel protagonista da mesma.

De facto, pela mão do PS e do seu Governo intensificou-se a política ao serviço dos grupos económicos, uma política em convergência com as posições do PSD, CDS, Chega e IL, que resultou na acumulação de lucros escandalosos nas mãos desses grupos, enquanto se desvalorizavam salários e pensões e aumentava o custo de vida para a imensa maioria da população.

É uma situação que o Orçamento do Estado para 2024 ontem aprovado não só não vem resolver como, pelo contrário, vem agravar: mantém uma orientação dirigida ao favorecimento dos grupos económicos e a recusa de medidas voltadas para solucionar os problemas dos trabalhadores, do povo e do País, como se viu coma rejeição (pelo PS, PSD, Chega e IL) do essencial das 488 propostas com soluçõesapresentadas pelo PCP.

Foram, por isso, justas a indignação, o protesto e as reclamações – pelo aumento dos salários e pensões e contra o aumento do custo de vida – que levaramontem milhares de trabalhadores a concentrar-se junto à Assembleia da República no próprio dia da votação global final do OE.

Assim como é necessária e urgente a intensificação da acção reivindicativa nas empresas e locais de trabalho, pelo aumento dos salários e garantia dos direitos, bem como a luta das populações em defesa dos serviços públicos e dos seus interesses.

Ou ainda a luta pela paz, de que foram expressão esta semana as concentrações no Porto, Évora e Lisboa e vai ser a manifestação em Lisboa a 8 de Dezembro,pela paz no Médio Oriente e de solidariedade com o povo palestiniano.

É neste contexto que vamos ter eleições legislativas a 10 de Março. Eleições que vão ser uma importante batalha política, uma oportunidade que os trabalhadores e o povo devem aproveitar para abrir caminho a uma política alternativa que responda aos seus problemas.

De facto, reforçar o PCP e a CDU, é criar condições para uma política diferente inspirada nos valores de Abril: para aumentar salários e pensões; salvar, defender e reforçar o Serviço Nacional de Saúde do processo em curso de desmantelamento; assegurar o direito constitucional à habitação; assegurar os direitos das crianças e dos pais; regular e fazer baixar os preços dos bens essenciais; defender a escola pública e a valorização dos seus profissionais; garantir justiça fiscal; travar as privatizações, pôr o País a produzir e defender a produção nacional; defender a paz, a soberania e o desenvolvimento nacional; defender o regime democrático e a Constituição da República Portuguesa.

É uma batalha eleitoral que o PCP e a CDU enfrentarão com confiança nas reais possibilidades de crescimento, contrariando a operação das sondagens e outras mistificações, que o grande capital volta de novo a usar para condicionar o voto.

Como sublinhou o Secretário-Geral do PCP no comício do PCP, quinta-feira da semana passada, em Lisboa, o que vai estar em causa nestas eleições é «o confronto entre a alternativa patriótica, ao serviço do País e do seu desenvolvimento, a alternativade esquerda, com os trabalhadores e o povo no centro da sua acção, a alternativa de Abril e da Constituição da República, em confronto com a política de direita que, independentemente dos seus protagonistas de turno, serve por inteiro os grupos económicos».

É para este confronto que estão convocados todos os democratas e patriotas, os trabalhadores e o povo, todos os que cá vivem e trabalham, para com a sua acção, a sua luta e com o seu voto na CDU exigirem o caminho da alternativa, o caminho de Abril.