Séc. XIV – Navalha de Occam

A lex parsimoniae (lei da parcimónia), vulgarizada a partir do séc. XIX por Navalha de Occam, é um princípio filosófico reducionista creditado a William de Ockham (ou Guilherme de Ockham), frade franciscano, filósofo e teólogo do século XIV. Em termos simples, afirma que a explicação mais simples é preferível à mais complexa, isto é, que entre duas teorias que explicam ou prevêem os mesmos fenómenos, se deve sempre escolher a teoria mais simples. A expressão entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem (entidades não devem ser multiplicadas além do necessário), atribuída a Johannes Clauberg, exprime o conceito popularizado pelo filósofo inglês, mas que já aparece em Aristóteles (384 – 322 a.C), nos Analíticos Posteriores, em que advoga que se deve assumir a superioridade da explicação que recorre a um número menor de postulados ou hipóteses, quando todos os outros elementos forem equivalentes (ceteris paribus – outras coisas sendo iguais). Contestado por filósofos como Leibniz e Kant, perde força a partir do séc. XX, face à ideia de que a complexidade da natureza transcende a simplicidade da explicação de Occam. Einstein actualiza o conceito: «Tudo deve ser feito da forma mais simples possível, mas não se restringindo ao mais simples.»