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«A alternativa patriótica e de esquerda é opção imprescindível»
Os baixos salários constituem um problema estrutural do País, inseparável do domínio e do
poder dos grupos económicos e das multinacionais, que estão a alcançar lucros colossais, que contrastam com as dificuldades sentidas pela larga maioria da população. Um problema que a perda de poder de compra, em resultado do aumento generalizados dos preços, do aumento das taxas dejuro e da grave dimensão do problema da habitação, veio acentuar.
No SNS, em acelerado processo de desmantelamento, vive-se uma situação de grande gravidade. Registam-se atrasos nas consultas, exames e cirurgias e muitos profissionais continuam a abandonar o SNS por ausência de medidas do Governo, sejam imediatas – salários e carreiras – seja de longo prazo – aumento de vagas nos cursos de medicina e nas especialidades.
Face a esta situação, são urgentesmedidas que salvem, defendam e reforcem o SNS e não declarações como aquelas que proferiu o primeiro-ministro desincentivando os utentes das idas aos centros de saúde e hospitais. Declarações que não resolvem o problema essencial e são merecedoras de repúdio.
Na habitação, a liberalização do sector e os mecanismos especulativos associados aos interesses da banca e dos fundos imobiliários, traduziram-se num aumento significativo dos preços, que se agravou no último ano com a brutal subida das taxas de juro e o aumento das rendas.
É perante esta realidade que o PCP insiste que a política do Governo do PS - sempre acompanhada por PSD, CDS, Chega e IL quanto à defesa dos interesses dos grupos económicos - não serve o País.
Os trabalhadores, o povo, os democratas e patriotas estão assim confrontados com uma opção que se define hoje e que marcará o futuro: a de manter o comando da vida nacional nas mãos dos grupos económicos e dos seus interesses ou a de assumir o desafio de romper com a política de direita e construir a alternativa patriótica e de esquerda. Uma política que assuma o aumento geral dos salários como emergência nacional; promova o aumento das reformas e pensões; reforce os serviços públicos e o investimento na saúde, na educação, na cultura, no desporto; assegure o direito à habitação; promova a recuperaçãodo controlo público das empresas e sectores estratégicos e impeça novas privatizações, como é o caso da TAP; salvaguarde o equilíbrio ecológico e a biodiversidade, promova a utilização dotransporte colectivo e a eficiência energética e garanta a água como um bem público; cumpra a Constituição, valorizando direitos dos trabalhadores, da juventude, das crianças.
Temos pela frente mais um Orçamento do Estado que não garante as soluções para os problemas dos trabalhadores, do povo e do País, especialmente na habitação, na educação, na saúde e no custo de vida, enquanto milhares de pessoas são empurradas cada vez mais para o empobrecimento, e os grupos económicos concentram cada vez mais riqueza. Foi esta constatação que levou o PCP a apresentar ontem na AR um primeiro conjunto de propostas de alteração ao OE para 2024, pelas quais travará o combate necessário.
Entretanto,desenvolve-se a luta dos trabalhadores nas empresas e locais de trabalho e avança a acção «Luta geral pelo aumento dos salários», marcada pela CGTP-IN, que ontem teve início, e que se vai desenvolver até 11 de Novembro, dia em que se vai realizar a manifestação nacional em Lisboa e no Porto. Do mesmo modo prossegue a luta das populações pelos seus direitos, de que foi expressão a manifestação «Vida Justa» do passado sábado em Lisboa, que Paulo Raimundo saudou expressando a solidariedade do PCP com aqueles que lutam pelo direito a uma vida melhor, a uma vida justa a que todos têm direito, contra a injustiça e a desigualdade, contra a degradação das condições de vida, os baixos salários e as promessas vazias.
E, perante o agravamento da guerra no Médio Oriente, intensifica-se a luta pela paz e de solidariedade com a Palestina, com diversas acções pelo País e manifestação em Lisboa, domingo, dia 29.
Foi também neste quadro que o Comité Central do PCP decidiu uma acção nacional sob o lema «É hora de aumentar salários e pensões», pelo aumento dos salários e pensões, pelo direito à saúde e à habitação, em defesa dos serviços públicos, da creche gratuita para todas as crianças, pela soberania e o desenvolvimento, por um futuro melhor, a realizar através do contacto com os trabalhadores e as populações e envolvendo a sua tomada de posição, visando recolher 100 mil assinaturas, com início a 14 de Novembro e culminando em Março de 2024.
E como a realidade vai tornando evidente, é premente reforçar o PCP. Um PCP mais forte será sempre a melhor garantia de que a luta que os trabalhadores e o povo travam por direitos e avanços, pela melhoria das condições de vida, contra as desigualdades e injustiças, terá tradução numa política alternativa que, abra caminho à construção de um Portugal desenvolvido e de progresso social.