Contra mais empobrecimento na Administração Pública
«A greve ocorrerá porque os trabalhadores foram empurrados para ela», já que «o Governo, tendo soluções, decidiu não as pôr em prática, decidiu não pôr os recursos que tem ao serviço do reforço dos serviços públicos e da valorização dos trabalhadores da Administração Pública», afirmou Sebastião Santana, em conferência de imprensa, no dia 9.
O coordenador da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, acompanhado de outros dirigentes sindicais, anunciou a decisão de convocar uma greve nacional para dia 27, perante a «ausência de respostas aos problemas», por parte do Governo, na negociação geral anual com os representantes dos trabalhadores.
Num «quadro económico que o Governo apelida de muito bom e de grande crescimento», verifica-se «um contraste absoluto com a vida de quem trabalha». O dirigente realçou que os trabalhadores da Administração Pública «tiveram uma perda de poder de compra, nos últimos anos, que em muitos casos foi superior a 20 por cento».
A Frente Comum apresentou uma proposta de revisão salarial de, pelo menos, 15 por cento, com um mínimo de 150 euros, para responder ao agravamento das condições de vida e de trabalho, quer por força de «uma inflação que teima em não baixar, muito ainda por força da especulação», quer devido a «um aumento de juros incomportável, imposto pela União Europeia» e que faz parte de «uma política de empobrecimento, com a qual o nosso Governo, alegremente, é complacente».
A contraproposta do Governo, de 52 euros e três por cento, «é miserabilista, perante a capacidade de resposta que o País tem neste momento», e significa, «na prática, que o Governo quer obrigar os trabalhadores da Administração Pública a continuarem a empobrecer».