Alda Nogueira lembrada em exposição no ano em que cumpriria 100 anos

Uma exposição comemorativa do centenário de Maria Alda Nogueira foi inaugurada segunda-feira, na Biblioteca de Alcântara. Jerónimo de Sousa sublinhou, na sessão, a «destacada dirigente do Partido Comunista Português, corajosa e firme resistente antifascista, laboriosa construtora da realidade de Abril, da democracia e da liberdade».

É um exemplo de luta pela liberdade, a democracia, a sociedade nova

Na iniciativa ocorrida ao final da tarde de dia 18, para além do membro do Comité Central do PCP, intervieram Ana Gomes dos Santos, coordenadora da Biblioteca de Alcântara, e Inês Zuber, membro do Comité Central.

A sessão foi ainda enriquecida com poemas escritos pela própria Alda Nogueira, ditos pela actirz Nádia Nogueira, perante uma plateia repleta.

Intervindo em nome da Organização Concelhia de Lisboa, Inês Zuber agradeceu à Biblioteca de Alcântara a disponibilidade para acolher a homenagem, bem como à família da homenageada. Isto antes de realçar que a escolha do local «teve como principal motivação levar a corajosa história desta mulher notável, desta lutadora comunista, para o território das suas origens», onde Alda Nogueira «nasceu há 100 anos, a 19 de Março de 1923».

Inês Zuber adiantou, depois, alguns traços biográficos de Maria Alda Nogueira, caso da sua filiação – «mãe costureira e pai serralheiro mecânico» – e do contexto em que cresceu e forjou convicções: uma zona de forte concentração, organização e luta operárias, cuja história se funde, a determinada altura, com a história centenária do Partido.

Vida plena
A encerrar, Jerónimo de Sousa também evocou a «mulher dedicada à causa da emancipação da classe operária, dos trabalhadores e dos povos», a «combatente que abraçou de forma consequente e determinada a luta contra as desigualdades, discriminações e injustiças, pela libertação da mulher trabalhadora da exploração e opressão capitalista e pela sua emancipação. Uma mulher entregue à causa da paz».

O dirigente comunista elencou, depois, o «percurso de vida de combatente que transporta consigo uma importante parte da história do seu Partido», o qual cumpriu «enfrentando inimigos terríveis e sem escrúpulos». Da adesão ao Partido, em 1942, militância na Federação das Juventudes Comunistas enquanto estudava Ciências Físico-químicas, à prisão, em 1959, aos 36 anos de idade, passando pela opção «corajosa» de se tornar funcionária clandestina, apesar da brilhante carreira docente e de investigação que já se desenhava; da «intensa e diversifica intervenção na organização partidária, na defesa das casas clandestinas, na ligação aos trabalhadores, na batalha ideológica com os seus escritos no Avante!, no Militante e na Rádio Portugal Livre, na promoção da organização das mulheres comunistas e no estimulo à acção das organizações unitárias de mulheres», à eleição como «deputada à Assembleia Constituinte de 1975 e eleita para a Assembleia da República em 1976, onde permaneceu até 1986» e foi reconhecida como «uma convicta e determinada deputada, incansável na defesa e no cumprimento da Constituição da República na realidade das nossas vidas e, com particular sensibilidade, para os problemas das desigualdades sociais e para a situação da mulher portuguesa».

«Maria Alda Nogueira é um exemplo de profundo activismo em defesa dos direitos das mulheres. Com um percurso político de enorme riqueza, é igualmente um exemplo de luta pela liberdade, pela democracia, pela conquista da sociedade nova, livre da exploração, das injustiças e desigualdades que inspirou a sua vida e que inspira a nossa luta», concluiu Jerónimo de Sousa.

A mostra vai estar patente até ao próximo dia 29 de Setembro, na sala República e Resistência, e integra duas conversas em torno da vida de luta da militante comunista: dias 23 e 29.

 



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