Quando a CDU avança a vida de cada um melhora
O Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, participou na sexta-feira, 15, num grande jantar da CDU no concelho da Ribeira Brava, inserido na campanha para as eleições do próximo domingo, para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira.
O combate às desigualdades e às injustiças sociais é uma prioridade da candidatura da CDU
Mais de 300 activistas e apoiantes da CDU participaram no jantar-comício num restaurante na Encumeada, marcado por um forte ambiente de confiança e determinação na possibilidade de um resultado eleitoral que não só faça juz à intensa e qualificada actividade da coligação na Região como possibilite a intensificação da luta dos trabalhadores e das populações por uma vida melhor.
Na sua intervenção, o Secretário-Geral do PCP apelou aos activistas da CDU para que mantenham a intensa actividade até ao último dia e para que o façam «com alegria e muita confiança. Confiança que não é de boca, é de quem pode andar de rosto erguido com um trabalho único, um trabalho, uma dedicação e uma intervenção reconhecidas pela população». Em seguida, garantiu serem cada vez mais os que reconhecem este trabalho e que, «perante as opções que existem, perante o facto de aqui, na CDU, haver gente séria, lutadora e honesta, não hesitam em nos apoiar e em votar CDU».
Reafirmando que os trabalhadores e o povo da Região sabem com quem contar, Paulo Raimundo lembrou que «quando a CDU avança a vida de cada um melhora». E fez questão de sublinhar que «vamos pedir um voto na CDU, que é um voto que não é para nós, é um voto para o povo, é um voto ao serviço dos trabalhadores da Madeira».
O povo da Madeira, afirmou o dirigente comunista, «sabe bem com quem contou ao longo de anos e anos para dar combate ao PSD e à sua política de injustiças». Lá e cá, acrescentou, «na Madeira, com PSD e CDS, ou na República, com a maioria do PS, o que vemos são as mesmas opções quando se trata de defender os interesse dos grupos económicos, do grande capital, dos grandes interesses».
Responder aos problemas
Enumerando alguns dos principais problemas com que o povo está confrontado, o Secretário-Geral do PCP salientou, em particular, «o dos baixos salários e pensões, pelo que o seu aumento é a medida que se impõe para enfrentar as dificuldades da vida, do custo de vida, de acesso à habitação. Esta é a grande e a mais importante medida nos tempos que correm. Um aumento geral e significativo de todos os salários, a valorização das carreiras, o respeito por quem trabalha e produz a riqueza».
Acerca do aumento dos salários, afirmou Paulo Raimundo: «Acompanhamos, apoiamos e vamos bater-nos pela justa reivindicação da CGTP-IN, de 15% e no mínimo 150 euros de aumentos para todos os salários. Um aumento também do salário mínimo nacional. Um salário mínimo que, tal como hoje mesmo propusemos na Assembleia da República, seja fixado nos 910 euros a partir de 1 de Janeiro de 2024 e que atinja os 1000 euros durante o ano.» Na Madeira, acrescentou, este valor deve ter um «justo acréscimo regional para o dobro, e não dos 2,5 como está hoje ainda em vigor».
De acordo com Paulo Raimundo, «também é isto que está em causa no dia 24 de Setembro: que força haverá para levar esta justa proposta por diante. Estamos convencidos de que teremos força e mais força, para que também aqui, na Região Autónoma da Madeira, com a luta dos trabalhadores, sejamos capazes de responder a esta emergência regional e nacional que é hoje o aumento dos salários».
O voto que conta
No dia 24, foi ainda o Secretário-Geral do Partido quem o disse, «o que vai contar, o que fará ou não a diferença, é a força com que a CDU, a força com que o povo, a força com que os trabalhadores vão sair das eleições». Essa, garante, é que é a «grande questão em jogo, e vamos para a frente dar mais força ao povo, mais força aos trabalhadores. Todos pelo voto que conta para dar um novo rumo e construir uma política alternativa de desenvolvimento económico e o progresso social».
Antes, já o primeiro candidato da CDU às eleições de domingo, e coordenador do PCP/Madeira, Edgar Silva, tinha salientado que «aqueles que têm fome e sede de justiça só podem votar CDU». E disse mais: «Nestas eleições, todos quantos querem lutar para que esta Região não continue a ser o lugar onde a pobreza é máxima, onde se praticam os mais baixos salários, onde existem as mais baixas pensões e as mais baixas reformas, aqueles que não aceitam que esta continue a ser a Região mais desigual do País, só podem votar na CDU». Assim, concluiu, a «justiça social precisa de mais CDU».
No jantar interveio também o segundo candidato da CDU, e actual deputado na Assembleia Legislativa Regional da Madeira, Ricardo Lume, que valorizou «o papel e percurso de acção da CDU em todos e cada um dos momentos em que foi preciso dar voz à defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo da Região». A CDU, acrescentou, é a única força que «coerentemente tem denunciado as injustiças e enfrentado o desgoverno de PSD e CDS e dos grandes interesses que estes representam».
A força que combate as injustiças
A campanha da CDU está a percorrer toda a Região Autónoma da Madeira. Em acções de contacto com trabalhadores e populações, comícios na rua e noutras iniciativas, os candidatos e activistas afirmam as propostas da Coligação para desenvolver a região e melhorar a vida das suas gentes (ver caixa).
No dia 17, em Santa Cruz, os candidatos Edgar Silva e Duarte Martins denunciaram as desigualdades, particularmente presentes na zona de Mãe de Deus: «Quando milhares de pessoas nem dispõem de saneamento básico, então, este é um dos sinais de uma desigualdade social, de uma desigualdade gritante quanto às condições de vida», afirmou o primeiro candidato, para quem esta situação é «um escândalo, uma vergonha para toda a Região». Duarte Martins realçou também a falta de transportes públicos nesta que é uma zona de «extrema densidade populacional».
Na véspera, a candidatura da CDU andou pelo Funchal a denunciar as profundas desigualdades e injustiças sociais que, para Edgar Silva, constituem «formas silenciosas de violência». A negação dos direitos sociais, a exclusão e a segregação social são, ali, marcantes, referiu. O candidato acusou ainda o Governo Regional de tentar «esconder a segregação social» e, a todo o custo, «impor políticas económicas e sociais que conduzem à aceitação e justificação da desigualdade, à habituação à injustiça social».
Ricardo Lume, por seu lado, lembrou ser a CDU quem «faça chuva ou faça sol, antes das campanhas eleitorais, durante as campanhas eleitorais e depois das campanhas eleitorais», está todos os dias ao lado dos trabalhadores e das populações .
Garantir direitos negados
No dia 14, numa jornada que levou a CDU a diversas unidades e serviços saúde, Edgar Silva interveio junto ao Hospital Nélio Mendonça, no Funchal, denunciando que «parte importante da população na Região Autónoma da Madeira continua excluída dos benefícios do progresso e relegada, de facto, a seres de segunda categoria»: milhares de pessoas, lembrou, «ficam à margem do acesso a fundamentais cuidados de saúde».
Para o primeiro candidato da coligação às eleições do próximo domingo, «é no sector da saúde onde mais se faz sentir o grito dos pobres e dos excluídos sociais desta terra»: dos milhares que não conseguem uma consulta ou uma cirurgia, dos idosos descartados e deixados sozinhos, de quem não tem meios para aceder a medicamentos e tratamentos, dos que estão nos corredores do hospital, numa maca, sem atendimento, anonimamente, sem os cuidados de saúde de que tanto precisam, de populações inteiras privadas do direito a cuidados de saúde.
Numa iniciativa pública realizada no Funchal, no dia 13, Herlanda Amado acusou o Governo Regional de «vender» a região como um paraíso para os investidores do ramo imobiliário, ao mesmo tempo que as famílias trabalhadoras são empurradas para as periferias e, em cada vez maior número, confrontadas com acções de despejo. Devido aos valores do arrendamento praticados na região, acrescentou, «torna-se impossível conseguir alugar uma casa, para além do escandaloso aumento das taxas de juros, que faz com que muitos trabalhadores deixem de conseguir pagar a casa ao banco».
10 medidas imediatas
Do Manifesto Eleitoral da CDU para as eleições de domingo é destacado um «caderno reivindicativo», com 10 medidas de implementação imediata para combater as injustiças e construir a alternativa:
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Valorização do trabalho e dos trabalhadores através da afirmação do trabalho com direitos e de uma significativa melhoria dos salários e dos vencimentos, como contributo e condição para o desenvolvimento económico;
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Aplicar o subsídio de insularidade a todos os trabalhadores do sector público e privado com um valor de 3% e consagrar um acréscimo de 10% ao valor do Salário Mínimo Nacional a vigorar na região;
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Desenvolver a estratégia regional para a erradicação da pobreza, da exclusão social e das desigualdades territoriais;
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Reivindicar o tabelamento ou fixação de preços máximos de bens essenciais, assim como dos combustíveis e produtos energéticos, incluindo a fixação de preços abaixo daqueles que são hoje praticados, revertendo os aumentos verificados;
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Reforçar o Serviço Regional de Saúde universal, geral e gratuito, combater a privatização da saúde e garantir o acesso de todos aos cuidados de saúde;
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Criação do plano regional de combate à precariedade laboral e combater o uso abusivo dos programas de ocupação dos desempregados para suprir necessidades permanentes;
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Criar o passe único para toda a região e a gratuitidade para todos os idosos e estudantes até aos 23 anos de idade na rede de transporte público de passageiros;
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Garantir o congelamento do aumento das rendas de habitação na região, alargar o regime de renda apoiada, dar resposta imediata às famílias que têm carências habitacionais, através da promoção e construção de habitação para arrendamento social;
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Criar o complemento de reforma para todos quantos tenham rendimentos inferiores ao valor do salário mínimo e tomar a iniciativa sobre o acesso gratuito aos medicamentos para utentes com mais de 65 anos, doentes crónicos e famílias com carência económica;
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Garantir a gratuitidade dos manuais escolares no ensino obrigatório e a gratuitidade das creches.