Médicos e professores preparam prosseguimento das lutas
A FENPROF e outras organizações sindicais de docentes voltaram a convocar greve ao sobretrabalho, a partir de 12 de Setembro. A FNAM promove uma caravana, com início no dia 5, e greve em Novembro.
Garante-se com luta a defesa da Educação, da Saúde e dos seus profissionais
Em ambos os casos, há problemas graves e propostas prementes, a que o Governo continua sem responder.
Sobre grelhas salariais, novo regime de dedicação e integração do internato médico na carreira, a Federação Nacional dos Médicos entregou a sua contraproposta a 1 de Agosto, mas o Ministério da Saúde mantém o silêncio.
Na segunda-feira, dia 28, a FNAM anunciou a decisão de convocar dois dias de greve nacional, para 14 e 15 de Novembro.
Com início na próxima terça-feira, dia 5, a federação e os seus sindicatos vão realizar uma caravana, «que vai percorrer o País e algumas das principais unidades do Serviço Nacional de Saúde». O percurso começa no Porto, com uma acção entre as 8h00 e as 10h00, à margem de um simpósio da Organização Mundial da Saúde. A caravana segue por Viana do Castelo, Braga, Bragança, Chaves, Penafiel, Aveiro, Coimbra, Leiria, Guarda, Viseu, Setúbal, Évora, Faro.
Termina em Lisboa, a 14 de Novembro, primeiro dia de greve, com uma manifestação em frente ao Ministério da Saúde, às 15 horas.
A FNAM indicou como objectivos desta iniciativa «ouvir os médicos e apoiar a que continuem a entregar as declarações de indisponibilidade para realizar trabalho suplementar além das 150 horas obrigatórias por ano, demonstrando que é urgente uma grelha salarial justa e condições de trabalho dignas para todos os médicos no SNS».
«Os médicos e o SNS não têm mais tempo a perder», insiste a FNAM, frisando que «a população em Portugal merece uma saúde universal, acessível, eficiente e de qualidade, e não pode continuar refém da incompetência do Ministério da Saúde e do Governo.
ASPL, FENPROF, FNE, Pró-Ordem, SEPLEU, SINAPE, SINDEP, SIPE e SPLIU formalizaram, dia 28, a convocação de greves ao sobretrabalho, às horas extraordinárias e a todas as actividades integradas na componente não lectiva de estabelecimento a partir de 12 de Setembro, primeiro dia do novo ano lectivo.
As organizações sindicais explicaram, em nota à comunicação social, que «o Ministério da Educação nada fez no sentido de regularizar os horários de trabalho dos docentes, eliminando os abusos e ilegalidades que, em muitas escolas, obrigam os professores a trabalhar muito para além do limite de 35 horas semanais que a lei estabelece». Com o início das aulas, alertam, poderá agravar-se a atribuição de serviço extraordinário, a que muitas escolas têm recorrido, perante a falta de professores, aumentando ainda mais a carga lectiva que decorre da falta de professores.
Anteontem, a FENPROF admitiu que prevê «muita luta, face à falta de medidas que dêem resposta aos principais problemas que afectam os professores e as escolas». A federação refere alguns momentos da agenda sindical, nos próximos dias, com destaque para um encontro nacional de dirigentes e delegados sindicais, a 6 de Setembro, na Voz do Operário, em Lisboa. «Representantes da grande maioria das escolas e agrupamentos» vão debater «os problemas que atingem a classe docente e as escolas» e aprovar uma resolução com «as acções e lutas a desenvolver no primeiro período lectivo».
Amanhã, dia 1, pelas 10 horas, uma delegação da federação vai entregar ao ministro uma «proposta fundamentada, visando a recuperação dos 2393 dias (6 anos, 6 meses e 23 dias) de serviço que foram cumpridos no período de congelamento das progressões e ainda não foram recuperados».