Inicia-se amanhã a 47.ª edição da Festa do Avante!, a maior iniciativa político-cultural no País. Uma Festa que este ano assinala as comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril.
Aberta a todos, com uma importante dimensão política (de que se destaca o comício da Festa, no domingo) e com um programa cultural de qualidade, a Festa do Avante! deste ano será de novo festa de liberdade, paz, democracia, cultura. Será uma vez mais a festa de Abril e dos seus valores, que se cruza com a luta organizada dos trabalhadores e do povo, pela transformação social de Portugal e do mundo.
Ainda é tempo de preparar a Festa, divulgá-la, intensificar contactos, alargar a venda da EP, finalizar a sua construção, envolvendo neste trabalho os militantes, mas também muitos outros amigos da PCP, da JCP e da Festa.
De facto, esta Festa é expressão concreta do empenhamento, da dedicação, da entrega extrema de muitos milhares de militantes comunistas, que, lado a lado, com muitos outros democratas e patriotas sem partido, mais uma vez este ano, a erguem, divulgam e farão funcionar a 1, 2 e 3 de Setembro.
Como até agora, durante e depois da Festa, o PCP continuará a intervir por soluções, estimulando a mobilização e a luta em torno dessas mesmas respostas. Intervenção que contrasta com a atitude daqueles que sendo responsáveis pela política de direita – PS, PSD, CDS, Chega e IL – que afecta a vida da imensa maioria do povo, tudo fazem para desviar a atenção dos problemas e das soluções.
De facto, os trabalhadores e o povo precisam de melhores salários e pensões, melhores condições de vida, respostas concretas aos seus problemas e não de promessas, falsas saídas, discursos inflamados, efeitos mediáticos, propaganda e demagogia.
É na lógica deste discurso que se enquadra a propaganda do Governo de maioria absoluta do PS que, para justificar a sua obsessão pelas contas certas, continua a insistir que a economia cresce a olhos vistos e que a inflação recua como há muito não se via. Discurso que se confronta com uma realidade onde os preços continuam a aumentar, em particular os preços dos alimentos; os salários e pensões se desvalorizam; os problemas com a habitação se constituem num verdadeiro drama na vida das pessoas; a produção nacional não é apoiada; crescem as injustiças e as desigualdades.
E enquanto o Governo, com o seu discurso das contas certas, tudo faz para defender os interesses dos grupos económicos, outros há – PSD, CDS, Chega e IL – que com um discurso de aparente oposição, na prática, nada de diferente têm para oferecer, a não ser ainda mais exploração, mais entrega dos recursos do País aos grupos económicos, mais cortes nos salários, mais favores ao capital.
Ora, o que é preciso é aumentar salários, pensões e reformas. Aumentos reais e significativos que façam verdadeiramente face ao aumento do custo de vida; garantir direitos laborais, contratos efectivos, horários regulados.
É preciso atacar as causas das enormes desigualdades e injustiças sociais; fixar, controlar e reduzir os preços de bens essenciais, nomeadamente da alimentação, da energia, dos combustíveis.
É preciso proteger a habitação e aumentar a sua oferta pública, impedir execuções e penhoras, criar uma moratória, por um período de dois anos, que dispense as famílias de pagar a amortização do seu empréstimo, fixar um spread de 0,25% pela CGD e pôr os lucros da banca a suportar o aumento das taxas de juro.
É preciso aumentar o investimento, na saúde, na educação, na cultura, no desporto, nos transportes, nos serviços públicos, na criação de uma rede pública de creches, respondendo às justas reivindicações dos profissionais destes serviços; garantir Escola Pública, gratuita, democrática e de qualidade, com a recuperação do tempo integral de serviço pelos professores; destinar 1% do orçamento do Estado para a Cultura desde já, assim como a criação de um Serviço Público de Cultura.
É preciso reduzir o IRS para a larga maioria dos trabalhadores e reformados e baixar o IVA da electricidade, do gás e das telecomunicações e, em sentido contrário, garantir a tributação efectiva sobre os lucros dos grupos económicos.
É preciso pôr o País a produzir, decidir de forma soberana a utilização dos recursos nacionais, retomar o controlo público dos sectores estratégicos entretanto perdidos e manter na esfera pública os que ainda lá estão.
É preciso pugnar por uma política de paz e de solidariedade com todos os povos, procurando soluções diplomáticas para acabar com a guerra, com a política agressiva e destruidora do imperialismo que não serve aos povos.
É por estas soluções, a que só uma política verdadeiramente alternativa conseguirá responder, que os trabalhadores e o povo desenvolverão a luta, que continua e que, logo na segunda-feira a seguir à Festa, prosseguirá com novas acções.
E é preciso igualmente reforçar o PCP, que é portador dessa alternativa e, com um Partido mais forte, criar condições para romper com a política de direita, avançar, promover o desenvolvimento, o progresso social e a paz.