CDU apresenta soluções para as nossas vidas num Comício de Verão em Guimarães
É preciso fazer os bancos pagar o aumento dos juros, aumentar os salários e reforçar os serviços públicos. Estas foram algumas das ideias aprofundadas no Comício de Verão da CDU que decorreu, sexta-feira, 18, no Jardim da Alameda, em Guimarães.
A primeira intervenção coube a Inês Rodrigues, eleita na Assembleia Municipal de Guimarães, que falou sobre o «défice de habitação» no concelho. «Faltam casas para arrendar e mesmo as construídas para venda não satisfazem as necessidades», o que faz com que as rendas sejam «insuportáveis», principalmente para quem vive com salários e reformas baixas, salientou. Neste sentido, exigiu que a Câmara «dinamize uma política municipal de habitação capaz de dar resposta aos diversos segmentos da procura». Outra das reivindicações, agora para a área da mobilidade, passa pela «municipalização dos Transportes Públicos de Guimarães (TUG), único modelo de gestão que possibilita uma intervenção camarária de acordo com as conhecidas necessidades de transportes mais baratos, mais confortáveis e fiáveis, mais frequentes e mais pontuais, alargados a todo o concelho», defendeu Inês Rodrigues. Da «maior urgência» é, igualmente, para a eleita da CDU, a construção da ligação ferroviária directa entre Guimarães e Braga, sendo «inaceitável» a demora de, pelo menos, 1h15 neste percurso.
Tempos economicamente frágeis
Por seu lado, Mariana Silva, da Comissão Executiva do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), alertou para as «consequências das crises económicas no Ambiente», quando «vivemos tempos economicamente frágeis, que se agravam com a subidos dos juros, com o preço dos bens essenciais a aumentar de dia para dia, com os salários a não responderem às necessidades».
Informou também que os eleitos da CDU no distrito de Braga apresentaram, nas diversas assembleias municipais, moções que defendem para esta população «passes a preços acessíveis», como acontece nas áreas metropolitanas, fruto do Programa de Apoio à Resolução Tarifária nos Transportes Públicos (PART), uma «medida que tem a marca da CDU», força política que «continua a lutar para que em todo o território português todos tenham o direito à mobilidade, exigindo para isso investimentos do Governo que tenham em conta as realidades distintas de cada região».
Há soluções
A intervenção de encerramento ficou a cargo de Margarida Botelho, do Secretariado do Comité Central do PCP, que partiu do lema do comício «Soluções para as nossas vidas. Mais salários, habitação, saúde. Travar os preços» para desenvolver a apreciação da situação do País. Destacou dois exemplos que retratam o «agravamento das injustiças»: 42 por cento da riqueza está concentrada nos cinco por cento mais ricos e a banca acumula, todos os dias, 11 milhões de euros de lucros.
A este propósito, adirigente comunista deu a conhecer que «PS, PSD, IL e Chega votaram contra as propostas que o PCP apresentou para a descida de IRS para a maioria dos trabalhadores, o fim dos benefícios fiscais dos residentes não habituais, a tributação dos lucros e a baixa do taxa do IVA da electricidade, do gás e das telecomunicações».
Sobre a questão da habitação, referiu que na situação actual «aos jovens está praticamente proibido sonhar em ter uma casa e ser independente», uma vez que «recusam-se soluções que permitam proteger a habitação e colocar os lucros dos bancos a suportar as taxas de juros».
Concluindo, Margarida Botelho sublinhou que «para todos os problemas com que estamos confrontados há soluções: aumento dos salários e pensões, fixação de preços, investimento no Serviço Nacional de Saúde e valorização dos seus profissionais, contagem de todo o tempo de serviço dos professores, reforço do investimento na Cultura, controlo público dos sectores estratégicos».