Oriunda da grande aristocracia austro-húngara, a condessa Bertha Kinsky nasceu em Praga, actual República Checa, numa família de generais, mas cedo se distancia do seu meio, que de resto sempre a criticou. De inteligência viva e espírito rebelde, recebe uma educação invulgarmente liberal para a época. Aprende alemão, italiano, francês e inglês, e adquire bons conhecimentos de música, literatura, filosofia e ciências. Bertha Kinsky conhece o marido quando trabalha em Viena para a família Suttner, que não aprova o casamento. Antes de casar, Bertha trabalha em Paris como secretária de Alfred Nobel, com quem estabelece uma profunda amizade. Escritora e activista política em defesa da paz, Bertha von Suttner é uma interlocutora atenta e entusiasta de Nobel, como atesta a correspondência mantida entre ambos até à morte deste, em 1896, sendo-lhe atribuído o mérito de ter convencido o inventor da dinamite e mais tarde pacifista convicto a colocar a sua imensa fortuna ao serviço de paz e das grandes causas da humanidade. É assim que, por testamento, ele cria os Prémios Nobel, que começam a ser atribuídos em 1901. Bertha von Suttner é de resto a primeira mulher distinguida com o Nobel da Paz, em 1905. O seu principal romance é “Die Waffen Nieder!” (Abaixo as Armas, 1889).