1799-1825 – Mecânica Celeste
«Quase todos os nossos conhecimentos não passam de probabilidades; e no pequeno número de coisas que podemos saber com certeza, nas próprias ciências matemáticas, os principais meios para chegar à verdade, a indução e a analogia, assentam em probabilidades». As palavras são Pierre Simon Laplace, matemático, astrónomo e físico francês que deixou como legado maior o seu Mécanique Céleste (Mecânica Celeste), obra-prima em cinco volumes que reúne e amplia o trabalho dos seus predecessores, incluindo o estudo geométrico da mecânica clássica usada por Isaac Newton. Henri Poincaré, pioneiro a considerar a possibilidade do caos num sistema determinista, homenageia Laplace num trabalho sobre órbitas planetárias, usando o mesmo título para expressar uma inovadora e arrojada concepção do mundo: Novos métodos em mecânica celeste, publicado entre 1892 e 1899. O enunciado do determinismo de Laplace, em 1814, marca um ponto de viragem no pensamento da época: «Devemos... considerar o estado actual do Universo como o resultado do seu estado anterior e como a causa do que está por vir». O Dicionário de Teologia Católica classificou-o de ateísta. Laplace escreve numa linguagem acessível. O seu Sistema do mundo é ainda hoje considerado uma obra-prima da literatura científica popular.