Numa situação em que aumentam as pressões, a Irlanda não tem a intenção de aderir à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e não seguirá Finlândia e a Suécia, afirmou o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar.
Numa entrevista a um canal de televisão irlandês, o governante indicou que a Irlanda permanecerá fora da NATO apesar daqueles dois países nórdicos terem pedido a sua admissão ao bloco político-militar.
Em sua opinião, a Irlanda não se converterá numa potência militar significativa e nunca seria um grande activo para a NATO. Varadkar também defendeu que a Irlanda não deve enviar armamento para o conflito na Ucrânia.
Recorde-se que a Irlanda – tal como a Áustria – tem em termos históricos assumido um estatuto de neutralidade, à semelhança do que ocorreu durante décadas com a Finlândia ou a Suécia.
No entanto, os dois países escandinavos, a Finlândia e a Suécia, solicitaram em Maio de 2022 a sua admissão à NATO. A Finlândia converteu-se em Abril deste ano no 31.º Estado-membro da NATO, enquanto o pedido da Suécia ainda não recebeu a necessária aprovação de dois membros desta organização belicista e agressiva, a Hungria e a Turquia.
Refira-se que apesar do seu estatuto de neutralidade, a Irlanda coopera com a NATO em diversas áreas, incluindo em operações militares (como na Bósnia-Herzegovina e no Kosovo, mas também durante um período no Afeganistão), no desenvolvimento de capacidades militares ou na interoperabilidade das forças armadas irlandesas com as forças armadas de outros países da NATO.