França bate recorde de despesas militares
A França promulgou uma lei que lhe permitirá gastar verbas «sem precedentes» em despesas militares até ao final desta década. Nos próximos seis anos, o orçamento militar programado atingirá um total de 413 mil milhões de euros.
Paris programa gastar nos próximos seis anos 413 mil milhões de euros em despesas militares
O presidente de França, Emmanuel Macron, promulgou a lei que prevê um aumento recorde de verbas para despesas militares nos próximos seis anos. De acordo com a lei aprovada e promulgada, entre 2024 e 2030, as forças armadas francesas receberão apoio financeiro «sem precedentes», declarou o ministro da Defesa francês, Sebastien Lecornu.
Depois da sua aprovação pelo parlamento e pelo Conselho Constitucional, foi assinada a 1 de Agosto a Lei de Programação Militar para 2024-2030 e publicada no dia seguinte. «É um orçamento sem precedentes, de 413 mil milhões de euros, para a transformação do nosso exército», regozijou-se o ministro, cujo governo acaba de impor, contra a vontade popular, o aumento da idade da reforma.
A lei centra-se na modernização das forças armadas francesas, em especial do armamento nuclear, no aperfeiçoamento das condições para os militares, na actualização dos meios técnicos, assim como na militarização do ciberespaço e do espaço, e nas forças navais.
Milhares de milhões para o militarismo e a guerra
As verbas programadas em França para o militarismo aumentam quando comparadas com os 295 mil milhões de euros consignados para o período de 2019-2025.
Feitas as contas, a programação anunciada implica um aumento de 33 por cento e permitirá, nos próximos anos, uma despesa militar anual de 57 mil milhões de euros, muito superior aos 44 mil milhões previstos para o orçamento deste ano.
Em 2017, a despesa militar de França era de 33 mil milhões de euros, pelo que, em menos de uma década, as forças armadas do país vão dispor de quase o dobro do orçamento, para dar suporte à sua política intervencionista e neocolonial, nomeadamente em África.
Os objectivos desta escalada belicista são o de manter a França como uma das maiores potências militares europeia e a maior da União Europeia. Mesmo que tenha a concorrência da Alemanha, com um orçamento militar que supera os 50 mil milhões de euros, este ano, além de 100 mil milhões para modernizar as forças armadas. E, também, a Polónia, que leva a cabo um frenético programa de armamento, que prevê passar da actual despesa de 2,4 por cento do seu PIB para 5 por cento.
Um aumento das despesas militares enquadrado na decisão adoptada em 2014 pela NATO, no quadro do incremento da sua política de confrontação e guerra, particularmente na Europa, e da expansão da sua acção agressiva, nomeadamente à região Ásia- pacífico.