Séc. IV a.C. – Na Atlântida, de Platão
«Então Poseidon, tendo herdado a ilha Atlântida, estabeleceu os filhos que teve com uma mulher mortal num lugar desta ilha que vou descrever. Do lado do mar estendia-se, pelo meio de toda a ilha, uma planície que era a mais bela de todas as planícies e fértil por excelência. Em direcção ao centro desta planície, a uma distância de cerca de cinquenta estádios, via-se uma montanha de pouca altitude. A raça de Atlas tornou-se numerosa e manteve as honras do poder. [...] Eles haviam adquirido uma riqueza imensa, como nunca vimos em nenhuma dinastia real e que não veremos facilmente no futuro. Dispunham de todos os recursos da sua cidade e dos que retiravam de terras estrangeiras. Muitos vinham de fora, graças ao seu império, mas era a própria ilha que lhes fornecia a maioria das coisas necessárias à vida, a começar pelos metais [...]. Com toda a riqueza que tiraram da terra, os habitantes construíram os templos, os palácios dos reis, os portos, os estaleiros navais, e embelezaram todo o resto do país […]». A descrição Critias, nos diálogos de Platão, refere-se a Atlântida, a ilha utópica da cidade perfeita, desaparecida para sempre porque os atlantes não se contentaram com a sua felicidade e levados por desejos imperiais confrontaram Atenas. Não houve vencedores.