Faleceu José Mattoso
Faleceu, sábado, aos 90 anos, o historiador José Mattoso. Nascido em Leiria em 1933, licenciou-se em História pela Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, onde se doutorou em História Medieval, ramo que, de resto, estudou com profundidade, contribuindo decisivamente para abrir novas linhas sobre a Idade Média em Portugal.
José Mattoso foi, durante duas décadas, monge beneditino. A sua primeira obra data de 1968, seguindo-se outras três dezenas, com destaque para a sua obra de referência, «Identificação de um país» (dois volumes), que lhe valeu o Prémio Alfredo Pimenta e o Prémio Ensaio do P.E.N, Clube, em 1986, e uma História de Portugal, publicada em oito volumes, pelo Círculo de Leitores, entre 1992 e 1994.
Admitido em 1972 como professor auxiliar da Faculdade de Letras de Lisboa, José Mattoso passou a professor catedrático da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa em 1977. Em 1992, o Estado português condecorou-o com o grau de Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada. Foi o primeiro português distinguido com o Prémio Pessoa, em 1987.
Entre 1996 e 1998 dirigiu o Arquivo Nacional da Torre do Tombo, destacando-se na modernização dos arquivos nacionais e municipais, colaborou intensamente com as autoridades de Timor-Leste sobre a história da resistência timorense e, em 2010, assumiu a presidência do Conselho Científico das Ciências Sociais e Humanidades da Fundação para a Ciência e Tecnologia.