Já estão escolhidas as obras para a Bienal da Festa

O júri já decidiu as 69 obras, de meia centena de artistas, que integrarão este ano a Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante!. O concurso foi o mais participado de sempre: concorreram 160 artistas com 275 obras.

Na Bienal haverá obras de gravura, desenho, colagem, pintura, técnicas mistas, fotografia, escultura

As obras apuradas, que estarão em exposição e venda durante os dias da Festa, reflectem a intenção do júri de garantir a representação na mostra de uma diversidade significativa quanto às linguagens e áreas artísticas. Quem o afirma é Francisco Palma, que integra o colectivo das artes plásticas da Festa do Avante!, valorizando esta mesma variedade: ali estarão trabalhos de gravura, desenho, colagem, pintura, técnicas mistas, fotografia, escultura.

O júri era composto por Helena Elias, artista, investigadora e professora auxiliar da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa; Acácio Carvalho, artista plástico, com curso superior na Faculdade de Belas Artes do Porto e Mestrado em Cenografia; e Filipa Pena, licenciada em Design de Comunicação e coordenadora e professora do curso de Desenho na Sociedade Nacional de Belas Artes.

Para além da criatividade artística dos autores seleccionados, Francisco Palma valoriza ainda o conteúdo de algumas das obras, que reflectem preocupações com a actualidade: «abordam temáticas como a liberdade, a utopia, a violação, a pedofilia, a afirmação de universos privados ou outras preocupações humanas, a Revolução dos Cravos, o 1.º de Maio.»

Para Francisco Palma, a diversidade estética e as questões suscitadas pelas obras que estarão expostas na Bienal são «importantes para afirmar a resistência ou mesmo a oposição aos regimes de apropriação da subjectividade, do pensamento contemporâneo e da relação com o outro que têm vindo a ser impostos por algumas narrativas de poder hegemónicas e restritivas, que não envolvem nem os artistas nem os públicos». Também nesta área, o «mercado» é implacável, excludente, empobrecedor.

Vários críticos e curadores de arte, lembra Francisco Palma, garantem ser necessário envolver todos os que intervêm no meio artístico de modo a que seja possível reapropriarem-se da «potência vital da criação».

Que a 23.ª Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante! sirva este justo propósito.




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