UMA OUTRA POLÍTICA É NECESSÁRIA E POSSÍVEL

«o aprofundamento da luta é o elemento decisivo»

O Comité Central do PCP, reunido nos dias 30 de Junho e 1 de Julho, apreciou os desenvolvimentos da situação nacional, definiu prioridades para a intervenção e reforço do Partido, para a intensificação da luta de massas, pela ruptura com a política de direita e por uma alternativa patriótica e de esquerda.


Ao mesmo tempo que crescem os lucros dos grupos económicos, continua a contenção e desvalorização dos salários e pensões, a escalada dos preços, das rendas e das prestações na habitação, o ataque ao SNS com a progressiva dificuldade de acesso a cuidados de saúde, o desinvestimento na Escola Pública e nos restantes serviços públicos, a alienação de empresas e sectores estratégicos, a submissão ao imperialismo com a perda de soberania do País, amarrando-o a interesses contrários aos seus, contrários à construção de caminhos da paz e da solidariedade entre os povos.

Mas se os tempos que vivemos são de crescimento das desigualdades, injustiças e da pobreza, são também tempos de resistência e de iniciativa. Tempos de resistência e de luta contra a escalada de exploração, confrontação e guerra, contra o roubo de direitos, o aumento do custo de vida, os ataques ao regime democrático.

São tempos em que ao poder do grande capital se contrapõe a luta de massas – de que são expressão o Dia Nacional de Luta do passado dia 28 e as muitas lutas que se travam nas empresas e sectores – que já fez prova bastante na história do País da força que tem para defender, repor e conquistar o que parecia impossível.

 

Ora, perante a evidência de que a política do Governo PS não serve o País e de que, no que toca à defesa dos interesses dos grupos económicos, é acompanhado por PSD, CDS, Chega e IL, os trabalhadores, o povo, os democratas e patriotas estão confrontados com uma opção que se define hoje e que marcará o futuro: a de manter o comando da vida nacional nas mãos dos grupos económicos e dos seus interesses ou a de assumir o desafio de romper com a política de direita e construir a alternativa patriótica e de esquerda.

 

Um caminho que implica o reforço do PCP a todos os níveis, incluindo nas instituições, designadamente com mais deputados, que contam decididamente no combate à política de direita, na exigência de soluções para os problemas, na resposta às aspirações dos trabalhadores e do povo, na afirmação da alternativa.

Alternativa patriótica e de esquerda que implica um Governo que não seja nem do PS, nem do PSD e dos seus sucedâneos, mas sim um Governo assente na mobilização e participação dos trabalhadores e das massas populares que, na sua direcção e composição, deverá contar com os comunistas e todos os que quiserem dar corpo à defesa dos interesses nacionais e que coloquem os trabalhadores e as populações no centro da sua acção.

Ao longo de décadas confirmou-se que mais força ao PCP contribui para melhorar a vida, avançar nos direitos dos trabalhadores e do povo, afirmar e garantir os interesses nacionais, enquanto que menos força ao PCP facilita o retrocesso, agrava a exploração, fragiliza o futuro do País.

É no reforço do PCP, da sua influência social, política e eleitoral e na intensificação e alargamento da luta de massas que reside a chave para a inversão do actual rumo do País.

O PCP é uma força indispensável e insubstituível na luta por um Portugal com futuro. Perante os projectos de alternância, que visam substituir PS por PSD (com ou sem o CDS e os seus sucedâneos Chega e IL) ou por outras falsas saídas, para onde procuram empurrar o povo português, o papel do PCP, enquanto força portadora e dinamizadora da política alternativa, emerge com grande actualidade. Um papel que se expressa na sua afirmação própria, na dinamização da luta de massas e na sua acção para promover a convergência dos democratas e patriotas.

Foi neste sentido que o PCP realizou esta semana um diversificado conjunto de iniciativas, no plano político e institucional. É neste sentido que continuará a intervir para que se assegurem medidas visando designadamente: o aumento dos salários e pensões; o reforço do SNS; o arranque do ano lectivo com qualidade; a justiça fiscal; a regulação do valor das rendas na habitação e a descida do seu valor e das prestações aos bancos; a gratuitidade das creches para todas as crianças, com a criação de uma rede pública; a resposta aos problemas da seca e a garantia da gestão pública e do acesso à água; o investimento na prevenção dos incêndios e o reforço da protecção civil; a interrupção das privatizações da TAP e da EFACEC; o reforço do investimento em infraestruturas e equipamentos e no desenvolvimento da produção nacional.

 

Uma outra política é necessária e é possível. A confiança na luta que se trava, nas razões e na justeza dessa luta, nos trabalhadores e no povo, no Partido e na sua capacidade de intervenção é factor essencial para abrir esse caminho de mudança com um novo rumo para o País.