Promovidas pelo CPPC, juntamente com outras organizações e movimentos de várias áreas de intervenção, realizam-se nos próximos dias 15, 16 e 17, em cinco cidades do País, as acções públicas Parar a guerra! Dar uma oportunidade à paz!.
«É preciso continuar a defender a paz mobilizando e reunindo todas as vontades empenhadas nesta causa plena de actualidade e importância», destaca-se no Apelo à participação nas acções da próxima semana (ver locais, datas e reivindicações nestas páginas), que se somam às realizadas em Março, Junho e Outubro de 2022 e, novamente, em Fevereiro deste ano, sob o mesmo mote.
Como afirmou ao Avante! Ilda Figueiredo, presidente da direcção do CPPC, com estas iniciativas pretende-se, em primeiro lugar, «reforçar o movimento da paz, para que seja possível tornar claro que se impõe parar a confrontação: não apenas na Ucrânia, mas também na Palestina, na Síria, no Iémen, no Sudão e no Sara Ocidental. Sem esquecer as tensões na Ásia, procurando envolver a China».
Das cinco iniciativas, confia, sairá uma forte exigência dirigida ao Governo português para que não contribua para o conflito, antes se empenhe – como está obrigado – no cumprimento dos princípios inscritos na Constituição da República, na Carta das Nações Unidas e na Acta Final da Conferência de Helsínquia sobre Segurança e Cooperação na Europa. «Privilegiar a negociação sobre a confrontação, a guerra e a corrida aos armamentos, de modo a abrir espaço à diplomacia e à solução pacífica dos conflitos», é, assume, o caminho que se impõe trilhar.
Se são cada vez mais, e soam mais alto, «as vozes que se unem em torno da defesa de políticas de paz, soberania, solidariedade, cooperação e amizade entre todos os povos», também é verdade que, denuncia a dirigente do CPPC, têm pouca ou nenhuma expressão mediática. As iniciativas públicas da próxima semana terão também como objectivo dar-lhes expressão – e amplificá-las.
Mobilização em todo o País
Ilda Figueiredo confia que as acções Parar a guerra! Dar uma oportunidade à paz! terão uma forte expressão pública: «tem vindo a alargar. Começou por ser só no Porto e em Lisboa e agora estão já marcadas para cinco cidades, abrangendo áreas territoriais diversas. Não ficarão confinadas àquelas cidades.»
Quanto à mobilização, está a ser feita de diferentes formas, «pela distribuição pública de documentos, com o apelo à participação e os objectivos dessas acções, e também em debates, sessões e outras iniciativas, como o Concerto pela Paz realizado no sábado em Setúbal». Estamos, acrescenta, a «desenvolver trabalho em todo o País».
Cultura da paz
Entretanto, o CPPC realizou o sexto Concerto pela Paz de 2023: foi no sábado, 3, no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, e contou com o apoio da autarquia. Apresentado pela jovem Marta Lourenço (que chamou a intervir Ilda Figueiredo, do CPPC, e André Martins, presidente da CMS), contou com as interpretações da Academia de Dança Contemporânea de Setúbal e do Conservatório Regional de Setúbal, que apresentou o projecto «Zeca tocado por miúdos».
No dia 31 de Maio, foi lançado o segundo número dos Cadernos da Paz, iniciativa conjunta do núcleo da Madeira do CPPC e da Associação Portuguesa dos Juristas Democratas. O lançamento decorreu em simultâneo na Sala do Museu Militar do Funchal e na Faculdade de Direito em Lisboa, com ambas as iniciativas interligadas online. Participaram os autores dos textos de reflexão sobre a paz que integram este novo caderno: José Batista Alves, coronel na reserva e dirigente do CPPC, e António Bernardo Colaço, Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça.
Assim se dá uma oportunidade à paz
No Apelo à participação nas iniciativas, o CPPC aponta um conjunto de reivindicações essenciais para, como se afirma no lema, «parar a guerra» e «dar uma oportunidade à paz»:
Parar a confrontação e a guerra, seja na Palestina, no Sara Ocidental, na Síria, no Iémen, no Sudão ou na Ucrânia, com as trágicas consequências e os sérios perigos que comportam.
Travar a escalada belicista que se verifica na Europa, mas também noutras partes do mundo, nomeadamente na região Ásia-Pacífico, desrespeitando o direito que os povos têm à paz, ao desenvolvimento, à soberania.
Pôr fim às sanções que atingem as condições de vida dos trabalhadores e das populações, incluindo dos países na União Europeia, enquanto as multinacionais do armamento, da energia, da alimentação, da distribuição acumulam fabulosos lucros.
Abrir espaço à diplomacia e à solução política dos conflitos, rejeitando a ameaça do uso da força nas relações internacionais, para que a paz e a cooperação se sobreponham às políticas de ingerência, militarismo e guerra.
O respeito pelos princípios da Carta das Nações Unidas e da Acta Final da Conferência de Helsínquia, caminho para assegurar os direitos dos povos, a paz, a segurança e a cooperação.
Que o Governo português não contribua para o agravamento do conflito e do militarismo e que cumpra os princípios da Constituição da República Portuguesa – nascida do 25 de Abril de 1974, que está a completar 50 anos – como o direito à autodeterminação dos povos, a não ingerência nos assuntos internos de outros Estados, a solução pacífica dos conflitos internacionais, a dissolução dos blocos político-militares, o desarmamento geral, simultâneo e controlado.
Promover a solidariedade e a amizade entre todos os povos e defender o seu direito à paz, condição essencial para o desenvolvimento, a justiça e o progresso social, para o bem-estar de toda a Humanidade.
Marcar na agenda
Porto, 15 de Junho, 18h00: concentração na Praceta da Palestina (cruzamento da Rua Fernandes Tomás com a Rua do Bolhão)
Coimbra, 16 de Junho, 17h30: desfile com início na Praça da Portagem
Faro, 16 de Junho, 21h30: sessão cultural pela Paz no jardim Catarina Eufémia
Funchal, 17 de Junho, 10h30, no Mercado dos Lavradores
Lisboa, 17 de Junho, 15h00: desfile com início no Largo Camões