Participação síria na Liga Árabe constitui «declaração de vitória»

A presença da Síria na recente cimeira da Liga Árabe é uma vitória para o país e uma derrota das conspirações urdidas pelas potências «ocidentais». A este propósito, Damasco critica a França, cujas posições, acusa, estão «desligadas da realidade».

Damasco lembra à França que «a política colonial já não é válida»

A participação da Síria na 32.ª cimeira árabe, em meados de Maio, em Jeddah, na Arábia Saudita, constitui uma «declaração de vitória» e um fracasso das conspirações financiadas e tecidas pelas grandes potências «ocidentais», afirmou Bouzeina Shaaban, assessora do presidente Bashar al-Assad.

«A Síria venceu e demonstrou que quem acredita na sua causa não pode ser derrotado por ninguém e será vencedor no final», assegurou a responsável, intervindo em Damasco, numa reunião da Fundação Internacional Al-Quds.

Esta conquista foi alcançada graças à paciência do povo e do exército sírios, bem como dos seus aliados, considerou. Como resultado, o mundo inteiro, incluindo os meios «ocidentais», admitem hoje que o regresso da Síria à Liga Árabe é motivo de orgulho tanto para Damasco como para todos os árabes, vincou.

Bouzeina Shaaban insistiu que o seu país, resiliente perante uma guerra sem precedentes, deu ao mundo inteiro a lição de que no final ganham os que mais crêem na justeza da sua causa. Ademais, opinou, «o mundo será multipolar e o Ocidente não poderá enganar ninguém com os seus lemas falsos sobre liberdade, democracia e direitos humanos».


Posições da França revela «legado colonial»

A Síria lançou duras críticas à diplomacia francesa, acusando-a de pretender «restaurar legados da época colonial».

As pretensões colonialistas e de imposição do domínio sobre o mundo «já não são válidas para o mundo de hoje», assegura o governo sírio, sugerindo a Paris que reconsidere e reveja as suas posições, que «estão completamente desligadas da realidade».

«Temos seguido recentemente a atitude histérica e os posicionamentos dissociados da realidade por parte da diplomacia francesa, que perdeu o Norte depois das históricas decisões tomadas durante a recente cimeira árabe relativamente à Síria», lê-se num comunicado do ministério sírio dos Negócios Estrangeiros, datado de 24 de Maio.

«A França e suas ferramentas terroristas falharam os seus objectivos na Síria e, agora, [Paris] teima em não reconhecer as mudanças que ocorreram nos cenários árabe e internacional», realça o texto, divulgado pela agência Sana.

Tanto os Estados Unidos da América (EUA) como a França, opuseram-se ao regresso da Síria à Liga Árabe.

Nesse sentido, a ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, Catherine Colonna, insistiu que Paris não mudará a política em relação ao presidente Bashar al-Assad e que o levantamento de sanções contra o «regime» sírio não está «certamente» nos planos.

Damasco respondeu que «a política colonial já não é válida», num mundo que «produz novos valores baseados na multipolaridade, no respeito pela soberania, pela independência dos Estados e a igualdade entre eles» e que «rejeita as sanções económicas imorais e desumanas».


Treze ataques israelitas contra a Síria em 2023

Caças israelitas lançaram na segunda-feira, 29, vários mísseis contra alguns lugares nas cercanias da cidade de Damasco. De acordo com o ministério da Defesa sírio, os meios de defesa aérea interceptaram alguns dos mísseis mas o impacto de outros provocou danos materiais.

Este foi o décimo terceiro ataque israelita contra a Síria, este ano. O anterior, no dia 2 de Maio, deixou inoperacional o aeroporto internacional de Alepo, no norte do país.

Sete desses bombardeamentos foram levados a cabo contra Damasco e arredores, três contra o referido aeroporto de Alepo, um contra o município de Messiaf, na província de Hama, e três contra a região de Homs.

O governo da Síria instou o Conselho de Segurança da ONU a cumprir as suas responsabilidades, face ao disposto na Carta das Nações Unidas, de modo a pôr fim a tais agressões de Israel, armado, financiado e protegido pelos EUA e seus aliados «ocidentais».

 



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