LUTAR PELOS SALÁRIOS E DIREITOS E PELA ALTERNATIVA

«mais força aos trabalhadores»

Com a iniciativa «em luta. Mais força aos trabalhadores», no sábado passado na Cova da Piedade, que contou com a participação do Secretário-geral do PCP, culminou a acção «mais força aos trabalhadores» decidida pela Conferência Nacional «Tomar a iniciativa. Reforçar o PCP. Responder às novas exigências». Foi uma acção que, ao longo de meses, promoveu o contacto do PCP com milhares de trabalhadores e reforçou a presença do Partido nas empresas e locais de trabalho.

É um trabalho que vai prosseguir e aprofundar-se, à porta das empresas e locais de trabalho, mas acima de tudo lá dentro, em torno dos problemas concretos e na definição dos caminhos para os superar. Com a consciência de que serão sempre a força e a luta dos trabalhadores os elementos decisivos para obter as respostas necessárias.

De facto, quanto mais os trabalhadores assumirem a sua força, quanto maior for a sua unidade, organização e luta, melhores condições haverá para aumentar salários, garantir contratação colectiva, defender direitos e valorizar os serviços públicos.

Quanto mais consciência os trabalhadores tiverem da sua força, menos impacto terá a ofensiva ideológica que pretende convencer que não há alternativa ao actual rumo de injustiça e desigualdade social, para o qual a política de direita encontra sempre justificação – ora a crise, ora a epidemia, agora a guerra – procurando torná-lo inevitável e impedir a afirmação da alternativa política necessária.

Noutro plano, sempre que se trata de defender os interesses dos grupos económicos e de atacar o Trabalho, lá está o Governo na primeira linha de combate, invariavelmente acompanhado pelo PSD, CDS, Chega e IL.

Ora, perante uma situação económica e social que se vai degradando, com o custo de vida a aumentar, com os preços de bens e serviços essenciais que não descem – apesar da anunciada medida do IVA-zero – com as dificuldades crescentes no acesso aos serviços públicos, nomeadamente ao SNS, em contraponto aos colossais lucros dos grupos económicos e financeiros que não param de aumentar (no primeiro trimestre de 2023 os bancos lucraram 10,7 milhões de euros por dia), a luta pelo aumento dos salários é questão essencial.

Luta também necessária na área da cultura, onde se vive hoje uma situação que exige a mobilização de todos aqueles que estão dispostos a unir esforços com o objectivo de mudar o rumo de desvalorização a que esta tem sido votada em Portugal. É preciso construir soluções capazes de levar por diante a democratização do acesso, da criação e da fruição culturais, como sublinhou Paulo Raimundo na sessão pública «Évora Capital Europeia da Cultura 2027 – Um Património, uma Identidade, uma Dinâmica e um Desenvolvimento com Futuro» anteontem, naquela cidade.

Uma luta que aí está, que vai continuar e que terá, por iniciativa da CGTP-IN, em cada empresa e local de trabalho, a sua expressão concreta, convergindo para o Dia Dia Nacional de Luta marcadopara28 de Junho.

Luta que se continuará a travar igualmente pelo controlo efectivo e redução dos preços dos bens essenciais, pela revogação da caducidade da contratação colectiva, pela reposição plena do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, pela redução do horário de trabalho semanal para as 35 horas para todos os trabalhadores, pela efectiva regularização de todas as situações de precariedade, pelo reforço dos direitos no regime de trabalho nocturno e por turnos, por respostas adequadas aos acidentes de trabalho e doenças profissionais.

Matérias para as quais o PCP apresentou propostas que na passada sexta-feira foram discutidas e votadas na AR e que PS, PSD, Chega, e IL, em representação dos interesses do grande capital, rejeitaram.

Perante esta realidade, perante a evidência de que o caminho em curso pelo Governo do PS não serve o País mas sim os interesses dos grupos económicos – em tudo acompanhado por PSD, CDS, Chega e IL – os trabalhadores, o povo, os democratas e patriotas estão perante uma opção e um desafio, que marcará o rumo do País e dos que cá vivem e trabalham.

É preciso romper com a política de direita e assumir o desafio de construir a alternativa patriótica e de esquerda.

Ora, o PCP é o portador dessa alternativa, a verdadeira oposição ao Governo e à sua política, quem faz frente aos projectos reaccionários e retrógrados que vão sendo promovidos.

Mas também se torna cada dia mais evidente que a melhoria das condições de vida dos trabalhadores e do povo está profundamente ligada ao reforço do PCP. Quando o PCP diminui a sua força, a vida dos portugueses e do povo anda para trás. Quando o PCP se reforça a vida dos trabalhadores, das populações, e o País avançam.

Se é, pois, fundamental intensificar a luta dos trabalhadores, não é menos fundamental reforçar o PCP. Desafio que se coloca a todos os que não se revêem no caminho desastroso da política de direita e aspiram a uma política alternativa que garanta a construção de um Portugal de progresso social e com futuro.