LUTAR PELA ALTERNATIVA É QUESTÃO INADIÁVEL

«há soluções, são precisas respostas»

A situação económica e social continua a degradar-se, num quadro em que a falta de respostas aos problemas reais dos trabalhadores e do povo está a ser usada para desacreditar o regime democrático e para dar cobertura a forças e projectos reaccionários,

Entretanto, o aumento do custo de vida torna-se cada vez mais insuportável. Desvalorizam-se os salários e as pensões, sobem exponencialmente os lucros dos grupos económicos e intensifica-se uma acção de deliberado ataque aos serviços públicos, com particular impacto no SNS, pondo em causa a garantia de direitos fundamentais que a Constituição consagra.

Foi neste contexto que se realizou no sábado passado a marcha pelo direito à saúde, em Lisboa, Porto e Coimbra, onde se denunciou as avultadas transferências financeiras para os grupos económicos que vivem do negócio da doença. Foi uma acção com grande significado pela expressiva participação de muitos milhares de utentes e profissionais dos serviços de saúde, dando centralidade às questões da saúde e à defesa do SNS. É uma luta que urge prosseguir.

Aprofunda-se o evidente desajuste entre a vida concreta das pessoas e os destaques mediáticos, com assuntos que, independentemente da gravidade que comportem, são usados para desviar as atenções dos problemas centrais e induzir a ideia de que a questão fundamental está em quem exerce o poder e não nos conteúdos da política de direita que prossegue.

No mesmo sentido, vai crescendo um clima político e comunicacional profundamente reaccionário e degradante, que afronta e ameaça os valores de Abril. Com o destacado papel da comunicação social dominante, amplificada pelas «redes sociais», o grande capital aproveitaas dificuldades e retrocessos impostos pela política de direita para fazer recuar direitos, liberdades e garantias conquistados a pulso e para agravara exploração, ao mesmo tempo que promove concepções, valores e práticas antidemocráticas. Foi neste contexto que o Chega promoveu há poucos dias um «cerco» à sede do PS, tal como já antes vários sectores reaccionários haviam tentado contra outras forças políticas e contra iniciativas políticas e culturais. Ora, a Constituição da República garante, entre outras liberdades fundamentais, o direito de participação política e de constituição e organização de partidos políticos, liberdades que não podem ser invocadas para fazer o seu contrário.

É pelo aumento dos salários, por melhores pensões, pelos direitos, por melhores condições de vida e de trabalho que se desenvolve a luta dos trabalhadores, com destaque para o Dia Nacional de Luta marcado pela CGTP-IN para 28 de Junho em todos os sectores e em todo o País, com greves, paralisações e concentrações nos locais de trabalho e empresas, com expressão de rua, sob o lema «aumentar salários, garantir direitos, contra o aumento do custo de vida, pelo direito à saúde e à habitação». Prossegue também a luta das populações contra o aumento do custo de vida, pelo direito à habitação, à saúde e pela paz.

Entretanto, o PCP desenvolve a sua intervenção, em que se incluem, com a participação do Secretário-geral, a homenagem, no domingo passado, a Catarina Eufémia em Baleizão; a realização anteontem de um debate sobre o texto de Marx «Salário, preço e lucro», iniciativa particularmente oportuna, quando em pleno surto inflacionista assistimos ao aprofundamento das desigualdades na distribuição da riqueza entre trabalho e capital, ao crescimento dos lucros dos grupos económicos, à redução dos salários reais, ao aumento da exploração e do empobrecimento de amplas massas trabalhadoras; a iniciativa no próximo sábado, na Cova da Piedade, «Em luta. Mais força aos trabalhadores» que culminará a acção nacional «mais força aos trabalhadores» decidida pela Conferência Nacional do PCP de 10 e 11 de Novembro de 2022.

No mesmo âmbito, amanhã na AR, serão discutidos e votados três projectos de lei do PCP sobre o regime de reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais.

Por sua vez, a pouco mais de três meses da sua realização, avança a preparação da Festa do Avante!, com prioridade à sua ampla divulgação e à venda antecipada da Entrada Permanente (EP).

Perante esta política, estes projectos e a realidade económica e social que os trabalhadores e o povo enfrentam, impõe-se romper com a política de direita, travar os projectos em preparação para o seu aprofundamento e afirmar a política alternativa e de esquerda, cada vez mais urgente e necessária.

O PCP é, de facto, a verdadeira oposição ao Governo do PS e à sua política, a força que faz frente aos projectos reaccionários e antidemocráticos de PSD, CDS, Chega e IL, a força portadora das soluções e das respostas necessárias ao País, a política patriótica e de esquerda.

É a construção desta alternativa que está colocada a todos os que são alvo das injustiças e que exige a ampliação da luta dos trabalhadores e do povo, a convergência dos democratas e patriotas e o reforço da influência social e política do PCP.