- Nº 2576 (2023/04/13)

Apoiar MPME é determinante para travar gula monopolista

PCP

É para micro, pequenas e médias empresas (MPME) que devem ser canalizados os apoios e investimentos públicos, mas essa não tem sido a opção do Governo PS, do PSD, da IL e do Chega, acusou Paulo Raimundo.

O Secretário-geral do PCP falava aos jornalistas no final do encontro com a Confederação Portuguesa das MPME, anteontem, no Seixal. Estas representam 99% do tecido empresarial português e a elas se atribui uma parte considerável do emprego e da vitalidade económica. Todavia, «a opção do Governo PS, do PSD, da Iniciativa Liberal e do Chega tem sido outra, a de apoiar os 1% e não os 99% [das empresas], com um conjunto de medidas que, no fundamental, procuram garantir os interesses dos grupos económicos», disse.

Ora, se esses grupos económicos são responsáveis pelo crescente aperto na «vida de todos nós, através dos aumentos brutais do custo de vida, também apertam a vida dos micro, pequenos e médios empresários, como foi referido na conversa que tivemos», revelou, ainda, o dirigente comunista, que defendeu, por isso, que é para os MPME que têm de ser encontradas soluções e respostas.

Responder

«Dar resposta é atacar os aumentos brutais dos custos de contexto que estes MPME têm, nomeadamente com a energia e a banca, nas comunicações ou nas portagens», precisou Paulo Raimundo, para quem é necessário criar «condições para que, diminuindo esses custos, também [as MPME] estejam em melhores condições de se valorizarem e de aumentarem os salários, questão fundamental com o qual tivemos, naturalmente, de acordo».

Paulo Raimundo deu como exemplos de medidas concretas defendidas pelo PCP e sistematicamente chumbadas pelos partidos favoráveis aos interesses monopolistas, propostas para a redução do IVA na eletricidade, gás, telecomunicações e o fim da dupla tributação dos combustíveis, apresentadas recentemente pela bancada comunista na Assembleia da República, mas invariavelmente chumbadas por PS, PSD, Chega e IL.

Tarde e mal

Já o presidente da Confederação Portuguesa de MPME, Jorge Pisco, em declarações à Lusa após a reunião, confirmou que a situação «é bastante complicada», tendo sido transmitido ao PCP reivindicações urgentes como a redução do IVA, o acesso aos fundos comunitários ou os apoios extraordinários que, a propósito das cheias, o Governo prometeu.

«As cheias ocorreram em Dezembro e as empresas não receberam até agora nenhum apoio. Foi no dia 22 de Dezembro que a senhora ministra da Coesão [Ana Abrunhosa] anunciou 20 milhões de euros», mas, «até agora, zero», afirmou Jorge Pisco, citado pela agência de notícias portuguesa.