LUTAR PELOS DIREITOS
«Denunciar as injustiças, reclamar as soluções»
A situação económica e social continua marcada pelo agravamento das desigualdades e injustiças sociais. Face à continuada e especulativa subida dos preços, com a desvalorização dos salários e pensões e com a degradação dos serviços públicos, os trabalhadores e o povo confrontam-se com crescentes sacrifícios e dificuldades, enquanto, vêem a riqueza que produzem ser apropriada pelos grupos económicos, que arrecadam lucros fabulosos.
No mesmo sentido, enquanto para a maioria da população se reduzem as condições de acesso aos cuidados de saúde, prossegue o saque ao SNS com a transferência de 6 mil milhões de euros para os grupos económicos do negócio da doença. São os desinvestimentos, é o encerramento de serviços – como aconteceu esta semana com diversas urgências pediátricas – que deixam os utentes sem as respostas a que têm direito e empurram os profissionais para a falta de condições e a exaustão.
Todos sabemos que PSD, CDS Chega e IL querem um SNS incapaz de responder com qualidade às necessidades da população. Mas o governo do PS de maioria absoluta, em convergência com essas forças políticas e com o Presidente da República e submetido às imposições e condicionamentos da UE, não só lhes segue os passos como abre portas ao aprofundamento desse caminho.
Ora, o que se exige é o respeito e a defesa intransigente do SNS, é valorizar os salários, regular os horários e respeitar as carreiras dos seus profissionais, como os médicos exigiram esta semana, numa greve que teve significativa adesão.
Veja-se também o caso da TAP. PS, PSD, CDS, Chega e IL, todos de acordo, pretendendo acelerar a privatização desta importante empresa pública, a maior exportadora nacional, estratégica para o desenvolvimento do País.
A habitação é outra área de grandes dificuldades para centenas de milhar de portugueses, no momento em que os seus custos não param de aumentar. Mais de um milhão de famílias com crédito hipotecário vivem em constante sobressalto, face ao aumento das prestações, decorrentes do aumento das taxas de juro, esta semana de novo agravadas por decisão do BCE.
Ao mesmo tempo, assistimos à especulação desenfreada dos fundos imobiliários e dos grandes proprietários e aos lucros fabulosos da banca.
Foi neste quadro que o Governo apresentou um plano para a habitação que para lá das intenções, na prática, o que garante é mais benefícios fiscais para os que já somam lucros espantosos com a especulação. Por outro lado, usa recursos públicos para continuar a alimentar a subida das rendas e dos juros, em vez de resolver os problemas imediatos, combater a especulação, enfrentar os interesses da banca e do imobiliário, revogar a «lei dos despejos».
Foi também essa a posição que PS, PSD, Chega e IL assumiram na AR, ao rejeitarem as propostas do PCP, que visam proteger a habitação, travar o aumento de rendas e prestações, garantir que nenhuma família entra em situação de incumprimento.
Alinhamento que se verificou também quando o PCP apresentou uma proposta para o controlo e limitação dos preços dos bens essenciais, que PS, PSD, Chega, IL rejeitaram, por duas vezes e em conjunto, mas que a realidade, com o brutal aumento dos preços dos bens alimentares a que estamos a assistir, aí está a tornar inadiável.
Alarga-se a justa luta contra a política que gera estas desigualdades e injustiças. Luta que se desenvolve e se vai intensificar por uma alternativa patriótica e de esquerda que dê centralidade à valorização do trabalho e dos trabalhadores e coloque como emergência nacional o aumento geral dos salários e pensões.
Por isso mesmo, é de grande significado e importância a manifestação nacional convocada pela CGTP-IN para o próximo sábado em Lisboa, levando ali as reivindicações dos trabalhadores dos sectores público e privado, mas também os problemas das populações perante o aumento do custo de vida e face ao ataque aos serviços públicos (a começar pelo SNS) e ao direito à habitação.
No dia 28 de Março, vai realizar-se em Lisboa e no Porto a manifestação da juventude trabalhadora, tal como a 23 e 24 deste mês os estudantes assinalarão, com lutas, o Dia Nacional do Estudante.
É também neste contexto que se valoriza a manifestação nacional de mulheres convocada pelo MDM no Porto e em Lisboa e que foi uma importante jornada de luta pelos seus direitos na lei e na vida.
O PCP continuará a intervir, desenvolvendo a sua iniciativa, em que se inseriram, com a participação do Secretário-geral do Partido, a manifestação de solidariedade com as trabalhadoras da Dan Cake no Dia Internacional da Mulher, a participação na concentração dos médicos em Lisboa, a audição sobre o «Conceito Estratégico de Defesa Nacional», o comício do 102.º aniversário do PCP, no Porto, a participação na Manifestação Nacional de Mulheres convocada pelo MDM, a sessão pública «Do pelotão da frente à cauda da Europa: mitos e realidades. Soluções para um Portugal com futuro» e a sessão pública que ontem assinalou o centenário de Maria Alda Nogueira.
Dinamizando a luta pelo desenvolvimento soberano e o progresso social, tomando as medidas necessárias ao seu reforço, contribuindo para o alargamento da unidade e convergência com democratas e patriotas, o PCP continuará a ser o Partido necessário, indispensável e insubstituível, em quem os trabalhadores e o povo podem confiar.