PCP – 102 anos e tanto futuro

O Partido Comunista Português, partido político da classe operária e de todos os trabalhadores, inteiramente ao serviço do povo português e de Portugal, tem como objectivos supremos a construção do socialismo e do comunismo – de uma sociedade nova liberta da exploração do homem pelo homem, da opressão, desigualdades, injustiças e flagelos sociais, sociedade em que o desenvolvimento das forças produtivas, o progresso científico e tecnológico e o aprofundamento da democracia económica, social, política e cultural assegurarão aos trabalhadores e ao povo liberdade, igualdade, elevadas condições de vida, cultura, um ambiente ecologicamente equilibrado e respeito pelo ser humano.

(do Programa do PCP)

 

 

Sempre com os trabalhadores e o povo

Fundado há 102 anos (que se assinalam na próxima segunda-feira, 6 de Março), o PCP está desde então em todos os combates pela liberdade, a democracia e a paz, em todas as lutas em que se decide dos direitos e condições de vida de quem trabalha e trabalhou, de todos quantos sofrem com as injustiças e desigualdades. Fê-lo (e fá-lo) em todas e quaisquer circunstâncias, por mais duras que se apresentem.

 

Força de resistência e transformação

Durante os 48 anos de fascismo, o PCP foi, juntamente com muitos outros antifascistas, a força organizada da resistência que travou um permanente combate pela liberdade e a democracia e sobre ele recaiu toda a brutalidade da repressão: foram comunistas a maioria dos clandestinos, dos presos políticos, dos torturados, dos assassinados. O Partido a tudo resistiu e a luta nunca cessou, desembocando na Revolução de Abril, na qual esteve na primeira linha do combate pelos seus avanços e mais profundas conquistas. Desde então, e até hoje, em unidade com outros democratas e patriotas, defende os direitos alcançados, pugna pelo seu aprofundamento, combate toda e qualquer tentativa de os retirar e enfraquecer.

 

Não tem de ser sempre assim!

Travar o passo à exploração e ao empobrecimento e defender direitos e melhores condições de vida são combates prioritários do nosso tempo. O contexto é adverso, com a guerra e as sanções a servirem de pano de fundo e pretexto para a escalada brutal dos preços de bens e serviços essenciais (e dos lucros dos monopólios da energia, dos combustíveis, da grande distribuição alimentar e da banca) e consequente degradação do poder de compra da generalidade da população. Os direitos à saúde, à educação, à habitação são cada vez menos isso – e cada vez mais lucrativos negócios para uns poucos, particularmente poderosos. Neste caminho, o PS converge nas questões essenciais com PSD, CDS, Chega e IL.

É urgente afirmar e construir um rumo alternativo, a política patriótica e de esquerda que o PCP defende e propõe ao povo português!

 

Direitos, condições de vida, dignidade

São muitas e urgentes as lutas a travar em defesa dos direitos e das condições de vida. Na sua recente Conferência Nacional o PCP definiu linhas de acção política, que são simultaneamente bandeiras a serem assumidas pela grande maioria do povo: trabalhadores dos sectores público e privado, de todas as profissões e com os mais diversos vínculos laborais; reformados, pensionistas e idosos; estudantes; jovens; mulheres; pequenos e médios empresários e agricultores; pessoas com deficiência; todos quantos são atacados nos seus direitos e na sua dignidade; todos os que anseiam e lutam por um Portugal com futuro.

São estas soluções que o PCP aponta:

  • Aumentar salários, reformas e pensões

  • Fim à precariedade e aos horários desregulados

  • 35 horas para todos os trabalhadores

  • Controlar preços de bens e serviços essenciais

  • Garantir direitos às crianças e aos seus pais

  • Salvar o Serviço Nacional de Saúde

  • Reforçar a escola pública

  • Valorizar a produção nacional

  • Mais e melhores transportes públicos

  • Habitação digna para todos

  • Assegurar o direito à cultura e ao ambiente

  • Pela paz, contra a guerra

  • Defender a democracia e a liberdade

 

Organizar a indignação

Mas não basta apontar necessidades, denunciar injustiças e afirmar aspirações. É preciso transformá-las em movimento, em reivindicação, em mobilização, em luta. Para isso, é decisivo reforçar o PCP e também as organizações e movimentos capazes de levar por diante essas mesmas lutas, em torno das quais é possível unir tanta gente que, não sendo comunista, está sinceramente empenhada na sua concretização. Democratas e patriotas preocupados com a situação do País e decididos a contribuir para a construção de outro rumo.

 

Determinação e combatividade

A manifestação nacional convocada pela CGTP-IN para o próximo dia 18, em Lisboa; a greve da Administração Pública de dia 17; a manifestação nacional de mulheres convocada pelo MDM para os dias 4 e 11, respectivamente no Porto e em Lisboa; a manifestação nacional da juventude trabalhadora a 28, em Lisboa; as manifestações de professores, sábado, 4, no Porto e em Lisboa; as greves, paralisações, concentrações e plenários marcados em diversos sectores; as acções em torno do Dia Nacional do Estudante, das comissões de utentes da Saúde, em defesa da agricultura e da produção nacional, pelo direito à habitação ou em defesa da paz e da solidariedade; as comemorações do 25 de Abril e a jornada de luta do 1.º de Maio – inserem-se neste movimento de luta que importa impulsionar, apoiar e participar.

 

Contributo indispensável

O PCP, como é da sua natureza, contribui decisivamente para alargar a frente de luta. Com este objectivo está já a decorrer a acção nacional «Mais força aos trabalhadores», visando o seu esclarecimento e mobilização a partir dos seus problemas concretos, centrada no contacto directo nos locais de trabalho. Em curso está já, também, a acção «Viver melhor na nossa terra», que parte das aspirações e dos problemas sentidos nas diversas localidades para ampliar a consciência das populações acerca dos seus direitos, potenciando a acção e a reivindicação.

 

Mais força a quem dá força à luta

Um Partido mais forte é, pois, condição indispensável para dar mais força à justa exigência de um novo rumo para o País. Responsabilizar mais quadros, recrutar mais militantes (concluindo a campanha em curso), integrando-os na actividade partidária; realizar assembleias aos mais variados níveis da estrutura partidária; preparar a campanha de promoção e venda do Avante!, que decorre entre o próximo Abril e Maio do ano que vem; criar e dinamizar células de empresa e locais de trabalho; reforçar as organizações locais e as estruturas de propaganda; e aumentar a capacidade financeira do Partido são preocupações que, sendo de sempre, são hoje de primordial importância.

 

Um ideal e um projecto cativantes

O PCP, com a sua identidade e o seu projecto, é a voz dos trabalhadores e do povo, dos seus problemas, dificuldades e aspirações, da unidade e da luta; a voz das soluções, da alternativa patriótica e de esquerda de que Portugal precisa, a voz da democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, de uma sociedade nova. Um ideal e um projecto cativantes, pelos quais valeu e vale a pena lutar.