O novo presidente em exercício da União Africana (UA), Azali Assoumani, chefe do Estado das Comores, pediu o cancelamento total da dívida pública do continente, para fazer face aos impactos do conflito na Ucrânia e às consequências da pandemia de COVID-19.
Na sua intervenção, em Adis Abeba, durante a 36.ª Cimeira da UA, que decorreu nos dias 18 e 19, Assoumani defendeu a necessidade da África «procurar a soberania e resiliência alimentar» e resolver os problemas da segurança e dos impactos das alterações climáticas.
A assembleia de chefes de Estado e de governo decorreu sob o lema «Acelerar a implementação da Zona de Livre Comércio Continental Africana», que visa criar um mercado único e uma área de livre circulação de pessoas. Desafios globais, as guerras e os conflitos, o terrorismo, as migrações, foram outros temas em debate.
A cimeira ficou marcada pela expulsão da subdirectora-geral para África do ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, Sharon Bar-Li, da sala de conferências onde decorria a sessão de abertura, na capital etíope. Segundo foi justificado pela UA, a diplomata não estava devidamente acreditada para o evento.
Israel culpou a África do Sul e a Argélia pelo incidente, mas a diplomacia sul-africana explicou que até que a UA tome uma decisão sobre se deve outorgar a Israel o estatuto de observador, entretanto suspenso, esse país não pode assumir essa condição. «Não se trata da África do Sul ou da Argélia, é uma questão de princípios», enfatizou um porta-voz do governo de Pretória.
Cuba agradece apoio
contra bloqueio dos EUA
O ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, agradeceu aos povos e dirigentes dos países da África pelo seu apoio permanente à ilha face ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América.
O diplomata sublinhou que a Cimeira da UA aprovou, pela 14.ª vez consecutiva, uma resolução de rejeição do ilegal cerco norte-americano.