1755 – Nasce a pintora Vigée Le Brun
A discriminação das mulheres, característica das sociedades patriarcais (combinação das palavras gregas «pater», pai, e «arkhe», comando, traduz a autoridade do homem representada pela figura do pai), impediu ao longo dos séculos o reconhecimento do talento feminino, designadamente nas artes, domínio exclusivo do universo masculino. Elisabeth-Louise Vigée Le Brun, mais conhecida como Vigée Le Brun ou Madame Le Brun, é excepção à regra. Nascida em Paris, recebe do pai, Louis Vigée, um artista de sucesso, apoio e estímulo para enveredar pela via artística. Estuda com Gabriel Briard e convive com artistas conhecidos como Joseph Vernet, Hubert Robert e Jean-Baptiste Greuze. Numa época em que estudar numa academia e desenhar modelos vivos era escandaloso, Vigée Le Brun matricula-se na Associação de Pintores da Académie de Saint-Luc, tornando-se a primeira mulher a frequentar uma academia de artes. Casa com Jean-Baptiste Le Brun, artista e comerciante de arte. Torna-se uma das retratistas mais requintadas de França e já é famosa quando pinta, em 1779, o primeiro retrato da rainha Maria Antonieta, de quem se torna retratista oficial. Graças ao apreço da rainha, Le Brun é das poucas mulheres acolhidas na prestigiada Academia Real de Pintura e Escultura.