A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP) prepara novas acções de luta que incluem greves em diferentes regiões do país.

O secretário de organização da central sindical, Manuel Coronado, declarou que as organizações sindicais se preparam para lançar, hoje, quinta-feira, 9, uma paralisação por tempo indefinido. «Frente aos interesses que procuram manter no poder Dina Boluarte e o actual Congresso da República, a classe trabalhadora aprofunda as suas formas de luta pela recuperação da democracia e da paz», disse. Acrescentou que a continuação da luta visa conseguir uma saída da crise política e social, com o afastamento da presidente em funções, exigido pelos protestos iniciados no dia 7 de Dezembro face à destituição do presidente Pedro Castillo.

O dirigente sindical precisou que a central sindical é integrada por 15 federações, reunindo 120 sindicatos em Lima e federações de organizações afiliadas em 24 das 25 regiões peruanas. Além disso, juntaram-se à greve a Confederação Intersectorial de Trabalhadores Estatais e a União Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Estatais, que, juntas, agrupam 90 por cento da administração pública.

Por outro lado, as organizações sociais do norte do país, onde até agora houve menor participação nas manifestações populares, preparam uma paralisação de quatro dias, a partir de 17 deste mês, para acompanharem as regiões do sul, que se constituíram como bastiões dos protestos.

PCP solidariamente no Peru

Sandra Pereira, deputada do PCP no Parlamento Europeu (PE), integra a missão do Grupo Confederal da Esquerda Unitária Europeia / Esquerda Verde Nórdica – A Esquerda no PE que se encontra no Peru desde o dia 6 até hoje, quinta-feira, 9.

A visita inclui uma intensa agenda, que integra reuniões com a Assembleia Nacional dos Povos, a Confederação Geral de Trabalhadores do Peru ou o Partido Comunista Peruano, entre outros contactos com organizações de esquerda e progressistas peruanas.

A deslocação de Sandra Pereira a esse país andino «constitui um gesto de solidariedade para com os trabalhadores e povo peruano, os comunistas e outras forças progressistas e democráticas que lutam pelo respeito da vontade popular, pela reposição integral dos direitos e da legalidade democrática, pela realização de eleições e o início de um processo constituinte no Peru».

Uma nota dos deputados do PCP no PE lembra que, desde a destituição do presidente eleito, Pedro Castillo, a 7 de Dezembro, «os peruanos têm-se manifestado nas ruas do país rejeitando esta operação golpista, sendo vítimas de uma brutal repressão por parte do governo, que já provocou dezenas de mortos e centenas de feridos».