Greves e paralisações, plenários, concentrações e manifestações, em todos os distritos e sectores, vão fazer da próxima quinta-feira um «dia nacional de indignação, protesto e luta», em resposta ao apelo da CGTP-IN.
A jornada, decidida a 15 de Dezembro pelo Conselho Nacional da confederação e reafirmada pelo Plenário de Sindicatos, a 13 de Janeiro, tem sido preparada em simultâneo com a actividade normal, com destaque para a acção reivindicativa em empresas, serviços e sectores.
Os objectivos definidos para a acção convergente de 9 de Fevereiro reflectem aquelas que têm sido as motivações da intervenção sindical e das lutas de trabalhadores nos últimos meses: «pelo aumento geral dos salários, contra o aumento do custo de vida e pelo controlo dos preços; contra a desregulação e por horários dignos; contra a precariedade; por emprego com direitos; em defesa da contratação colectiva, pela revogação das normas gravosas da legislação laboral; pelo aumento das pensões e em defesa dos serviços públicos e funções sociais do Estado, nomeadamente no SNS e na habitação».
Além de respostas imediatas ao agravamento da situação por via do brutal aumento do custo vida, a Intersindical Nacional pretende que, com a mobilização para dia 9, ganhem mais força as reivindicações para 2023, entre as quais: aumento dos salários em, pelo menos, 10 por cento, em valores não inferiores a 100 euros, para todos os trabalhadores; valorização das carreiras e profissões; salário mínimo nacional de 850 euros; semana de 35 horas para todos e combate à desregulação dos horários; erradicação da precariedade; aumento de todas as pensões e reformas.
Intensificar a acção
Para a CGTP-IN, este «dia nacional de indignação, protesto e luta» realiza-se porque «a situação actual e os problemas que se colocam para 2023 exigem uma maior e mais intensa acção dos trabalhadores, esclarecimento e mobilização, intensificação da acção reivindicativa, sindicalização e reforço da organização, sendo fundamental a realização do maior número de plenários e reuniões com os trabalhadores».
Sindicatos, federações e uniões têm dado conta de iniciativas de distribuição do folheto central de mobilização para dia 9, junto de locais de trabalho. Foram já anunciados alguns dos contornos que a jornada assumirá.
Em vários concelhos do distrito de Lisboa, vão decorrer «acções a partir das empresas e locais de trabalho, ao abrigo de pré-avisos de greve, de plenários» e «muitas destas lutas terão concentrações» no exterior, adiantou a USL/CGTP-IN.
Alertando que «a presente mobilização pretende dar expressão de rua a acções convergentes, não pretendendo substituir as acções nas empresas e locais de trabalho», a União dos Sindicatos de Setúbal anunciou que, durante a manhã, vai realizar-se um conjunto diversificado de acções de luta em várias empresas e sectores, que também terão expressão de rua, com manifestações e desfiles em diversos pontos do distrito.
Ambas as estruturas distritais estão a mobilizar para uma manifestação em Lisboa, com concentração às 15h00, na Praça Luís de Camões, seguindo-se desfile para a Assembleia da República.
No Porto, está marcada manifestação, com início às 15h00, junto da Escola Rodrigues de Freitas (Largo do Priorado).
Em todos os distritos, nos sectores público e privado, vão realizar-se centenas de acções inseridas neste Dia Nacional de Indignação, Protesto e Luta, que também terão momentos de expressão de rua.