Não se enganam
O Secretário-geral do PCP encontrou-se, nos últimas semanas, com dezenas de jovens para debater a situação do ambiente, matéria que tem concentrado tantas atenções dos órgãos de comunicação social? Encontrou-se, sim senhor.
Por acaso esteve na Lisnave e no Arsenal do Alfeite, em defesa dos direitos dos seu trabalhadores e da produção nacional e particularmente a ligada a um sector cujas potencialidades são inegáveis e sobre o qual se escrevem páginas e páginas, o mar? Esteve sim senhor.
Porventura participou num importante e raro debate sobre a saúde na gravidez, no parto e na infância, assunto que tem tudo a ver com um dos principais défices estruturais do País, o défice demográfico? Pois esteve.
E ainda mais uma pergunta, de tantas outras que se poderia fazer. Reuniu o camarada Paulo Raimundo com a Liga dos Bombeiros Portugueses, estrutura que representa uma das mais importantes componentes da Protecção Civil, no centro de tantos debates nos últimos tempos? Sim, reuniu.
Assim como esteve numa grande Assembleia de militantes comunistas ligados à cultura, no momento em que centenas de estruturas, particularmente na área do Teatro protestam por terem ficado de fora dos apoios públicos, apesar de terem pontuação positiva no concurso, ou interveio no encerramento de uma notável iniciativa para assinalar os cinquenta anos do assassinato de Amílcar Cabral, no exacto período em que todos os órgãos de comunicação social se referiam, de forma bastante prolongada, aliás, ao assunto.
E de igual modo, o Partido tomou uma posição sustentada sobre o Plano Ferroviário Nacional e denunciou os 140 Milhões de euros com que o Governo decidiu presentear as concessionárias das autoestradas, por aumentarem os preços “apenas” em 4%, ou a manobra conjugada das operadoras de telemóveis em aumentar mais de 7% o preço dos tarifários.
É esta intervenção do PCP, atenta, diversificada, ligada à vida e aos problemas concretos que uma boa parte da população portuguesa não pode conhecer porque a comunicação social a silencia.
Que ninguém se engane. O capital não tolera a determinação de sempre na defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo e da soberania nacional. Eles, o capital e os seus representantes nos grupos de comunicação social, não se enganam nos alvos. E sabem que nós também não!