Luta cresce em França para defender pensões

Cerca de três milhões de pessoas manifestaram-se em França na terça-feira, 31, contra o projecto de alteração do cálculo das pensões de reforma. Em Paris, a mobilização reuniu meio milhão de trabalhadores e registaram-se cerca de 250 concentrações pelo país.

A mobilização superou a registada no dia 19

Milhões de franceses saíram às ruas de Paris e outras cidades para protestar contra a alteração do sistema de cálculo das pensões de reforma que o governo pretende fazer aprovar. A mobilização, segundo os sindicatos, foi mais participada do que a de 19 de Janeiro, que tinha juntado mais de dois milhões de manifestantes.

No dia 31, de acordo com a Confederação Geral do Trabalho (CGT), só em Paris manifestaram-se 500 mil pessoas.

Bandeiras, cartazes, faixas, enormes balões e palavras de ordem marcaram a jornada em França, onde o projecto de alteração das pensões encontra ampla rejeição, em particular a extensão da idade legal de reforma de 62 para 64 anos.

Nas mobilizações abundaram críticas ao presidente Emmanuel Macron, que insiste em que a mudança de regras é indispensável para conseguir o equilíbrio no sistema de reformas.

A par das manifestações, diversos sindicatos convocaram para o mesmo dia greves, que tiveram maior impacto nos transportes, na educação, no sector energético e na função pública. Dezenas de escolas e universidades encerraram devido aos protestos.

As oito principais centrais sindicais francesas, encabeçadas pela CGT e a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) já anunciaram novas mobilizações para 7 e 11 de Fevereiro.

O secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, disse que apesar das tentativas de divisão, «a unidade sindical é forte» e avisou que as manifestações e greves continuarão se o governo insistir no seu projecto. A lei está a ser discutida no parlamento e o líder sindical aconselhou os deputados a «ouvir os que os elegeram».

O Partido Comunista Francês tem em curso uma campanha contra a «reforma» das pensões e está empenhado na mobilização de massas para a travar: «O PCF, seus eleitos e militantes, continuarão a colocar todas as suas forças nesta batalha decisiva», garantiu o Secretário Nacional, Fabien Roussel, numa missiva tornada pública no dia 24 de Janeiro.




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