A administração do Grupo REN remeteu para Janeiro o início da negociação dos aumentos salariais dos trabalhadores, mas antecipou o pagamento aos accionistas de um valor a rondar os 43 milhões de euros. A denúncia é da Fiequimetal, para quem a empresa tinha «perfeitamente condições para ajudar os seus trabalhadores a enfrentarem a subida extraordinária do custo de vida». Porém, e apenas por opção, «preferiu adiantar 42,7 milhões aos accionistas».
A Comissão Negociadora Sindical da federação realça que «para os trabalhadores, que geraram a riqueza que permite distribuir esses dividendos, a mesma administração decidiu remeter para Janeiro a negociação salarial, adiando a resposta à proposta de um aumento imediato de 200 euros por trabalhador, que a Fiequimetal apresentou em 16 de Novembro». Esta reivindicação, lembra, «vai ao encontro do que já fizeram outras grandes empresas portuguesas, com lucros inferiores à REN».
Os sindicatos lembram que o grupo gestor da rede eléctrica nacional obteve em 2021 um lucro superior a 91 milhões de euros, a que acrescem os alcançados nos primeiros nove meses deste ano, de mais de 81 milhões – ou seja, um aumento de 19,1 por cento relativamente ao mesmo período do ano anterior.