Séc. XVIII – Nápoles cria a ópera buffa
Diz-se que a ópera nasceu em Florença, floriu em Veneza e Roma e alcançou o apogeu em Nápoles, atingindo um esplendor e características que fizeram da ópera napolitana um caso à parte no panorama da música. Dois nomes avultam neste universo: o siciliano Alessandro Scarlatti (1660-1725), autor de mais de cem obras, e Giovanni Battista Pergolesi (1710-1736), que apesar de ter vivido apenas 26 anos é por muitos considerado o «pai» da ópera buffa. Enquanto em Veneza e Florença a ópera privilegia os temas sacros, heróicos e os grandes dramas, caros à aristocracia, no Sul de Itália ganha terreno e público abrindo-se a temas e plateias populares. Mais do que uma comédia, a «buffa», geralmente com poucos personagens, aborda assuntos da vida quotidiana, com vozes mais naturais e árias muitas vezes baseadas em canções populares e na tradição oral das comunidades. Adoptando um vocabulário mais simples, a «buffa» assenta em vozes mais agudas, mesmo para personagens masculinos, explorando a comicidade do efeito. É inteiramente cantada, ao contrário da ópera cómica, em que a fala e o canto se alternam, e que não obstante a designação nem sempre aborda temas alegres. O género espalha-se pela Europa e os mais destacados compositores clássicos criam obras-primas para a eternidade.
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Por lapso, na edição de 22/12/2022, na secção Memória, refere-se a ditadura militar de Primo Rivera, fundador da Falange, quando na verdade a Falange foi criada por José António Primo de Rivera, filho do ditador Miguel Primo de Rivera.