1893 – Nasce Almada Negreiros
O Português Sem Mestre, como lhe chama José Augusto França, nasceu em São Tomé e Príncipe. Desenhador, pintor, geómetra, escritor, dramaturgo, actor, ensaísta, Almada dedica-se sobretudo às artes plásticas e à produção literária (romance, poesia, ensaio, dramaturgia), assumindo-se como futurista e representante da modernidade. Autodidata, marca de forma indelevel a evolução da cultura contemporânea portuguesa ao nível plástico e literário. Escreve, em 1916, o «Manifesto Anti-Dantas», genial libelo contra a intelectualidade passadista, convencional e burguesa. Segue-se, nos anos 20, «A Invenção do Dia Claro», «Arlequim» e «Pierrot»; começa «Nome de Guerra», enquanto se dedica à pintura, mas constata que «é viver que é impossível em Portugal» (1926). Parte para Madrid, onde vive até 1932. Regressa, casa com a pintora Sarah Affonso e consagra-se através de vários prémios e distinções. David Mourão Ferreira descreve-o de forma lapidar: «Na incomparável e sempre viva geração a que Almada pertenceu, Fernando Pessoa terá sido a Claridade do Labirinto e Mário de Sá-Carneiro terá encarnado a Vertigem da Altura; mas só Almada Negreiros, nos múltiplos planos em que uma e outra se interceptam, soube ser, afinal, a Alegria da Totalidade». Morre em Lisboa em 1970.