No orçamento e nas grandes opções do plano (GOP) «não se identificam prioridades, nem se definem estratégias, não passando de uma explanação de obras e intervenções que dificilmente terão concretização no prazo estipulado», afirma a CDU, estimando a «continuação do adiamento de projectos importantes para Loures». Pelo menos, espera-se que o actual executivo «consiga iniciar projectos que a CDU deixou em Loures, mas que, até ao momento, ainda não saíram do papel».

Por outro lado, o orçamento para 2023 tem «mais de 50 milhões de euros de acções sem financiamento definido» e «o diferencial entre receita e despesa já inscrita, para os anos de 2024 e 2025, de cerca de 87 milhões de euros e de 89 milhões de euros, respectivamente», torna o «documento irrealista ou arrasta o município para uma situação de endividamento insustentável».

Aumento das despesas
Na área dos recursos humanos verifica-se um aumento muito significativo das despesas, que não é «só resultado das actualizações salariais ou do acréscimo do número de trabalhadores», mas sim das «opções tomadas por este executivo, nomeadamente na aprovação de uma estrutura orgânica que aumenta os custos com o pessoal dirigente em cerca de 1,4 milhões de euros», acusa a CDU, para quem é «incompreensível e inaceitável» que «estejam apenas previstos 350 mil euros para a opção gestionária, o que implicará que uma percentagem significativa de trabalhadores não possa ter acesso a este mecanismo de progressão».

«À medida que a gestão do PS e PSD avança no actual mandato, iremos assistir a uma tentativa desesperada de ter a verba necessária para pagarem as promessas que fizeram para ganhar as eleições. Tal teve como consequência um empolamento de receitas em 2022 e, agora, em 2023, ao mesmo tempo que assistimos a cortes na actividade, em muitas áreas de atribuição municipal», concluiu a CDU.

Maior aumento de sempre na factura dos SIMAR

A Câmara Municipal de Loures aprovou também um aumento de 7,4 por cento nas facturas dos Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos de Loures e Odivelas (SIMAR).

«Trata-se do maior aumento de sempre na factura dos SIMAR», adverte a CDU, prevendo que «muitas famílias e empresas terão dificuldade de pagar a factura da água». «Esta proposta não reflecte, nem tem em conta, qualquer preocupação social, perante o agravamento da situação social, tendo em conta as características do território, do tecido social e económico, criando um quadro de maior exposição e vulnerabilidade, tanto para as famílias como para as micro, pequenas e médias empresas do concelho de Loures», critica a Coligação PCP-PEV.