610 – Festa de Todos os Santos

Instituído pelo Papa Bonifácio IV em homenagem aos mártires romanos, cujos corpos translada das catacumbas para o panteão de Agripa, convertido em igreja, o dia de Todos os Santos celebra «todos os mártires e de todos os santos» a 1 de Novembro, véspera da Festa dos Mortos, 2 de Novembro, assim simbolicamente colocados sob a sua protecção. A festa chega à América com os emigrantes escoceses e irlandeses, e toma o nome de Halloween, contracção de «All Hallows Eve» (Véspera de todos os santos), mantendo reminiscências da festa pagã dedicada ao deus celta Samaín ou Samhain, que em gaélico significa «fim do Verão». Celebra-se o fim da estação das colheitas, época de fartura, de preparar e armazenar alimentos para o Inverno. O Magusto é uma festa típica do Samaín: as pessoas juntam-se à fogueira para assar castanhas e contar histórias, num clima de fortes conotações espirituais, em que se esbate a fronteira entre o mundo dos vivos e dos mortos. Daí as decorações e fatos bizarros para afastar espíritos e fantasmas, a abóbora, fruto da época, iluminada para mostrar o caminho aos mortos. A exploração comercial desvirtua a data. A Igreja católica, que se apropriou do ritual pagão, tenta manter a espiritualidade introduzindo, nos anos 90, a festividade Hollywins (a Santidade vence).