- Nº 2556 (2022/11/24)

Envelhecer com qualidade de vida

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Como se pode tolerar que não sejam valorizadas as pensões e reformas de quem trabalhou uma vida inteira – tantas e tantas delas que mal dão para sobreviver –, e o Governo tenha mesmo a intenção de as cortar e assim impedir a sua dignificação e o direito a envelhecer com qualidade de vida?

Os reformados, pensionistas e idosos são uma das camadas sociais mais vulneráveis e expostas ao risco de pobreza: são muitos os que mal ganham para sobreviver e que têm de optar entre comprar medicamentos ou aquecer a casa. Milhares passam a maioria do seu tempo sós, isolados.

Em 2020, 14,2% dos pensionistas recebiam menos de 275,30 euros e 53,3% entre 275,30 e 438,81 euros; em 2021, um milhão e 639 mil ganhavam menos do que o salário mínimo e em 2023 perderão poder de compra de modo significativo. Depois de, durante 16 anos, a lei ter impedido aumentos superiores à inflação, por estarem a ela indexados, agora – perante uma inflação fulgurante e descontrolada – o Governo do PS suspende a lei e prevê actualizar as pensões apenas até 4,43% – e não em 8%, como era expectável.

Mas os idosos têm o direito a envelhecer com dignidade, com saúde, cultura, exercício físico, lazer e convívio.

 

++ PROPOSTAS ++

- Aumento das pensões sem cortes em relação à lei em vigor, com um aumento mínimo de 50 euros

- Valorização das longas carreiras contributivas com a possibilidade de aposentação sem penalizações após 40 anos de contribuições

- Eliminação do factor de sustentabilidade e estabelecimento da idade de reforma aos 65 anos

- Criação de rede pública de estruturas residenciais para pessoas idosas (80 mil novas vagas até 2026).