- Nº 2556 (2022/11/24)

Mais mobilidade para mais direitos

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Onde está o direito à mobilidade quando o movimento pendular diário de quem se desloca de casa para o trabalho se transforma num calvário de perda de horas e dores de cabeça, ora porque o transporte não aparece, ora porque vem atrasado, ora porque o insuficiente número de carreiras obriga a condições de (des)conforto semelhantes às de sardinha em lata?

A criação do passe social intermodal a custos reduzidos foi uma importante conquista da luta das populações e do PCP para o direito à mobilidade: o número de utentes cresceu 30% e milhares de famílias recuperaram rendimento mensal.

Mas há muito ainda para avançar. Na generalidade das regiões e municípios, a oferta de transporte público é escassa, mal programada e desajustada da realidade das populações: em muitos lugares, aldeias, localidades e bairros, não há transporte público; freguesias e concelhos estão privadas de autocarros que façam a ligação ao comboio; há serviços da CP sem comboios regulares.

É preciso ir mais longe, reduzindo progressivamente o preço dos transportes públicos, assumindo a sua crescente gratuitidade, e aumentando a oferta em qualidade e quantidade – não só nos chamados «dias úteis», mas também aos fins-de-semana, feriados e durante a noite –, investindo na aquisição de comboios, garantindo a máxima produção nacional, e apontando para a criação de um operador público rodoviário nacional.

O alargamento dos transportes públicos é também fundamental para defender o meio ambiente, pelo que pode contribuir para a redução de emissões de CO2.

 

++ PROPOSTAS ++

- Passes metropolitano e regional gratuitos para menores de 18 anos e mais de 65 anos

- Fixar o preço do passe em 20 euros para restantes grupos etários

- Congelamento dos preços dos bilhetes

- Modernização, aproveitamento ou construção de várias linhas ferroviárias em todo o País, como as linhas do Alentejo e Oeste, bem como de infra-estruturas rodoviárias (a conclusão do IP8, por exemplo)

- Fim das portagens e reversão para a gestão pública da infra-estrutura rodoviária A22 (Via do Infante), A23, A24, A25, A28, A29, A41 e A42.