- Nº 2556 (2022/11/24)

O ambiente não pode ser um negócio

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Está o País a fazer o que é preciso para prevenir e enfrentar os problemas ambientais e as alterações climáticas? Estará mesmo no «mercado» a solução para estas graves ameaças?

«Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender», lê-se no ponto 1 do artigo 66.º da Constituição da República Portuguesa. A realidade, porém, está longe deste desígnio. Mas ao contrário do que muitas vezes se afirma, a causa deste grave problema não está tanto nas acções individuais, mas em razões sistémicas e opções políticas: o capitalismo não é (nem nunca será) verde!.

É preciso reforçar os meios para as estruturas públicas em matéria de planeamento, ordenamento, monitorização e intervenção ambiental. É vital recuperar o controlo público dos sectores estratégicos, de modo a que o País desenvolva uma política soberana de promoção do equilíbrio ambiental, de transição energética e tecnológica – hoje determinada pelos interesses dos grandes grupos económicos.

 

++ PROPOSTAS ++

- Aumentar oferta e qualidade dos transportes públicos, diminuindo preços, para reduzir emissões de CO2

- Valorizar a produção e o consumo locais, encurtando e racionalizando cadeias de produção e distribuição

- Garantir a gestão pública da água.