Um país que não produz é um país empobrecido, vulnerável, dependente. É o caso de Portugal, que enfrenta um grave e crescente défice produtivo, desde logo alimentar: o trigo cá produzido satisfaz apenas 11 dias de consumo doméstico; o resto é importado. Noutras produções a realidade não é muito diferente.

Portugal não é um país pobre, mas é um país que foi empobrecido e que está hoje profundamente condicionado no seu desenvolvimento: submetido às imposições da União Europeia e do euro e sujeito ao domínio do grande capital, que hoje controla amplos sectores da economia do País. A produção nacional é necessária para defender a soberania e a soberania é necessária para promover a produção nacional.

O aumento da produção nacional é, desde há muito, um objectivo programático do PCP, que passa por diversificar a actividade produtiva e as relações económicas, substituir importações por produção nacional, desenvolver a agricultura e a pesca, reindustrializar o País, apostar na investigação, na ciência e na tecnologia, recuperar atrasos ao nível das infra-estruturas.

A recuperação do controlo público de empresas e sectores estratégicos, o apoio e incentivo às micro, pequenas e médias empresas e a afirmação do papel produtor do Estado são questões fundamentais para assegurar o desenvolvimento do País.

++ PROPOSTAS ++

- Antecipação de fundos europeus até ao montante de 50 milhões de euros para apoiar os pequenos e médios agricultores e produtores pecuários

- Lançamento de campanha no início de 2023 de promoção da produção de cereais

- Apoio e incentivo à agricultura familiar no plano técnico e em comparticipação em seguros de colheitas

- Redução do preço do gasóleo colorido e marcado para a pesca

- Criação do Programa Plurianual de Apoio à Pesca Local e Costeira, tendo em vista o apoio à modernização da frota e à melhoria das condições de trabalho.