1877 – Múmia sentada encontrada no Peru

Des­co­berta pelo ex­plo­rador Paul Vidal-Senèze num mau­soléu dos Andes pe­ru­anos, a cé­lebre ‘múmia sen­tada’ re­vela a exis­tência de ri­tuais fu­ne­rá­rios an­te­ri­ores aos Incas, os quais foram pre­ser­vados pela im­por­tante ci­vi­li­zação an­dina. O mau­soléu, si­tuado na fa­lésia de di­fícil acesso de Pi­edra Grande, no vale de Ut­cu­bamba, guar­dava quatro mú­mias con­tidas em sar­có­fagos có­nicos de barro, en­ci­mados de fi­guras hu­manas. Cada um es­tava en­volto num saco de couro. A re­moção do in­vó­lucro es­teve a cargo do Museu Na­ci­onal de His­tória Na­tural de Paris, onde o ex­plo­rador en­tregou o achado em 1878. O es­tudo an­tro­po­ló­gico da múmia re­velou que trata-se de um homem com menos de 30 anos, com cerca de 1,70 m, sem pa­to­lo­gias apa­rentes. O cé­rebro foi re­mo­vido após a morte, através de tre­pa­nação com 5 cm de di­â­metro, no lado es­querdo da ca­beça. O corpo não apre­sen­tava outra evis­ce­ração. A múmia es­tava sen­tada, com as pernas do­bradas sob o queixo, presas por uma corda. Graças aos ves­tí­gios de in­sectos, sabe-se que a morte ocorreu no pe­ríodo mais quente do ano, sendo em­bru­lhada no seu en­vó­lucro poucos dias após a morte. O pre­cioso achado, que pode ser visto no Museu do Homem – Museu Na­ci­onal de His­tória Na­tural de Paris, terá ins­pi­rado grandes obras, como o fa­moso ‘Grito’ de Ed­vard Munch.