1901 – Pellizza termina «O Quarto Estado»

«O Quarto Estado é um quadro social que representa o facto mais saliente da nossa época, o avanço inelutável dos trabalhadores» – palavras de Giuseppe Pellizza da Volpedo sobre a sua obra mais conhecida, a pintura a óleo sobre tela que é um ícone das lutas sociais, em Itália e na Europa, do início do séc. XX. A grande obra (5,45 m por 2,93m) de Pelliza, actualmente exposta no Museu do séc. XIX, em Milão, começou por se chamar «O Caminho dos Trabalhadores». É rebaptizado «Quarto Estado» numa referência à Revolução Francesa e à necessidade sentida de se criar uma «quarta ordem» que represente a população mais pobre nos estados gerais, ao lado do clero, da nobreza e da burguesia. Representando uma massa compacta de trabalhadores, operários, camponeses, artesãos, que avançam em formação em V de um fundo escuro para a claridade, o quadro tem a força que se impõe pela coesão, pela dignidade serena, pela unidade, pela saída da obscuridade para a luz, pelo avanço firme para o futuro, simbolizado magistralmente pela mulher na primeira linha com o filho ao colo. O quadro será mais tarde utilizado pelo realizador Bernardo Bertolucci no seu épico filme 1900 e também pelo escritor francês Émile Zola, na capa de «Germinal», uma das suas maiores obras.