Deve haver uma grande sensibilidade, a fim de preservar a riqueza do conhecimento e a autonomia do Hospital Dona Estefânia, defendeu o Secretário-geral do PCP, sobre a integração num hospital central.
Acompanhado por Bernardino Soares, do Comité Central do Partido, e João Dias, deputado, Jerónimo de Sousa prestou declarações aos jornalistas na quinta-feira, dia 8, ao final da manhã, logo após «um encontro com uma importante delegação» da direcção do hospital.
Explicou que «quisemos, com esta visita, demonstrar que nem tudo é mau, o Serviço Nacional de Saúde é decisivo e importante, olhando para este hospital e para as suas particularidades, designadamente na Pediatria, com uma área de intervenção de Lisboa e Vale do Tejo até ao Sul». «Não fora este hospital e, com certeza, muitos milhares de crianças teriam tido problemas gravíssimos», enfatizou o dirigente comunista.
Com a concretização do contestado plano de encerramento de seis hospitais e abertura de um novo, na Zona Oriental de Lisboa, é colocado o objectivo de integração do Hospital Dona Estefânia (HDE) num hospital central.
A este propósito, Jerónimo de Sousa preveniu que esse processo deve ser considerado «com uma grande sensibilidade», de modo a que não se perca, diluindo-a, «a riqueza do conhecimento adquirido por tantos profissionais», designadamente na Pediatria. Além de equipamento e pessoal, é necessário preservar «a autonomia do hospital, na área única em que intervém».
A carência de enfermeiros e a sua saída do HDE será, «talvez, o problema com mais peso no funcionamento do hospital», admitiu Jerónimo de Sousa, lembrando que ele acresce aos problemas gerais com que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) se confronta. «É necessário continuar a valorizar as carreiras e, no plano dos salários, criar condições para que os profissionais não se sintam frustrados nem desistentes», sublinhou o Secretário-geral.
Alertou que, num hospital comquase 150 anos, há«um grande património de conhecimento e, se esta geração se for embora, isso perde-se inevitavelmente».
O SNS «continua a ser uma questão de fundo da nossa própria democracia e da vida dos portugueses». Apontando carências e exigindo respostas, «valorizemos o que temos e não se feche por razões meramente economicistas», apelou, afirmando, da parte do Partido, «uma grande disponibilidade para manter este hospital ao serviço do povo português e, muito particularmente, ao serviço das crianças».