Mestre da Nouvelle Vague despede-se aos 91 anos
Morreu anteontem, 13 de Setembro, Jean-Luc Godard, aos 91 anos, figura maior da Nouvelle Vague francesa, movimento que revolucionou o cinema a partir de 1950. Autor de obras influentes para várias gerações de realizadores, como «O Desprezo» (1963),«Bando à Parte» (1964), «Pedro, o Louco» (1965) ou os mais recentes «Filme Socialismo» (2010) e «Adeus à Linguagem» (2014), Jean-Luc Godard ficou conhecido «pelo seu estilo de filmar iconoclasta, aparentemente improvisado, bem como pelo seu inflexível radicalismo», como recorda o jornal The Guardian. O Libétation cita o português Manoel de Oliveira (1908-2015), que dizia que o autor de «Maoista» é «a saturação de signos magníficos que se banham à luz da sua falta de explicação».
Godard esteve na criação de um colectivo intitulado Dziga Vertov, que, mais do que produzir «filmes políticos», radicais em termos estéticos, tinha o propósito de «fazer filmes politicamente», o que impunha a perspectiva em «todo o processo», da produção à rodagem, citava a Cinemateca Portuguesa, na apresentação de um ciclo sobre o grupo, em 2018.