Ainda sob o impacto positivo da magnífica Festa do Avante! e do seu assinalável êxito, o PCP prossegue a sua intervenção na resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do País.
De facto, a situação económica e social nacional continua marcada pelo agravamento das condições de vida dos trabalhadores e das populações, pela especulação e o continuado aumento dos preços, com perspectivas de agravamento e, ainda, pelo aumento das taxas de juro com implicações várias, nomeadamente no aumento das prestações do crédito à habitação, que afecta a vida de milhares e milhares de famílias portuguesas.
Face a esta situação, o Governo de maioria absoluta do PS, submisso às imposições da UE, do euro e do capital monopolista, avança com respostas parciais e curtas, não enfrenta a especulação e os lucros fabulosos dos grupos económicos, não responde aos problemas de fundo do País – não promove, nomeadamente, o aumento dos salários, reformas e pensões, nem tão pouco a fixação de preços de bens essenciais e a taxação dos lucros fabulosos dos grupos económicos – e prossegue com o aprofundamento da política de direita com consequências na redução do poder de compra dos trabalhadores, no ataque aos seus direitos e na preparação de novas privatizações, como parece ser o caso da TAP.
Quanto às chamadas «medidas de emergência» anunciadas pelo Governo na semana passada, reafirma-se que a prestação única anunciada para os pensionistas é uma fraude que não repõe sequer metade do poder de compra perdido em 2022 e, ao contrário do que o Governo anuncia, conduzirá a um corte definitivo no valor das pensões a que, por Lei, teriam direito em 2023 com repercussões nos anos seguintes, numa estratégia contrária à necessária elevação dos rendimentos e das condições de vida dos reformados e pensionistas.
No mesmo sentido, a alteração de ministro da Saúde não traduz, por si, qualquer perspectiva de resposta capaz de salvar o SNS. Os problemas do SNS persistem, designadamente ao nível do subfinanciamento e da ausência de medidas para a fixação de profissionais e requerem respostas urgentes.
Também a abertura do ano lectivo confirma preocupações para as quais o PCP tem vindo a alertar, como a falta de professores (dezenas de milhares de alunos começam as aulas sem todos os professores), que impedem a recuperação de atrasos nas aprendizagens decorrentes da epidemia, podendo, em alguns casos, até vir a agravá-los.
É neste quadro que o PCP desenvolve a sua intervenção apresentando na AR uma iniciativa legislativa com um conjunto de dezoito medidas de emergência para combater o aumento do custo de vida e as injustiças, com prioridade para o aumento geral dos salários, reformas e pensões.
É tambémneste quadro que se desenvolvea luta dos trabalhadores. O Conselho Nacional da CGTP-IN decidiu na passada quinta-feira, dia 8, a realização de um mês de mobilização e luta, de 15 de Setembro a 15 de Outubro, sob o lema: «aumento de salários e pensões – emergência nacional! contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos», a partir dos locais de trabalho, empresas e sectores, com a realização de plenários, concentrações, manifestações e greves e a realização de uma acção convergente no dia 15 de Outubro, com manifestações em Lisboa e no Porto.
Os primeiros dias de Setembro confirmam, aliás, uma dinâmica de luta em crescendo a partir das empresas, locais de trabalho e sectores, que importa valorizar a alargar.
Desenvolve-se também a luta das populações contra o aumento do custo de vida e em defesa dos serviços públicos com destaque para o Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública.
Prosseguea preparação da Conferência Nacional «Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências» marcada para 12 e 13 de Novembro, bem como a iniciativa do PCP – em que se inseriram diversas acções e tomadas de posição do Partido esta semana, entre as quais, a visita efectuada pelo Secretário-geral do PCP ao Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa, a sessão pública sobre o tema «mais e melhores serviços públicos também com a participação de Jerónimo de Sousa, ontem em Almada, a posição sobre a subida das taxas de juro decidida pelo BCE e a declaração sobre a situação energética e as opções para garantir a redução de preços e o abastecimento do País.
O PCP é a força da alternativa, coerente e determinada, que os trabalhadores, o povo e o País precisam que seja cada vez mais forte e interveniente para prosseguir os combates por uma vida melhor, por um Portugal de progresso económico e social.