EM FESTA E EM LUTA, POR UMA VIDA MELHOR

«Com os trabalhadores e o povo»

Amanhã, ao fim da tarde, a Festa do Avante! abrirá as suas portas aos muitos milhares de visitantes – homens, mulheres, jovens e crianças – que, vindos de todo o País, farão da Atalaia, durante três dias, um espaço de alegria, fraternidade, confiança, tranquilidade e liberdade.

Ali, os visitantes terão à sua disposição – para além do convívio fraterno e solidário – uma oferta única: da arte e da cultura às exposições (nomeadamente sobre o tema «crianças e pais com direitos. Por um Portugal com futuro» e sobre a louça preta de Bisalhães), dos debates sobre os acontecimentos mais relevantes da situação internacional às análises à situação política, económica, social e cultural do nosso País, das homenagens a José Saramago e a Adriano Correia de Oliveira, à música para todos os gostos, da gastronomia, ao artesanato, à ciência, ao teatro, ao cinema, ao desporto, ao contacto com a cultura e as lutas de outros povos, às actividades para crianças.

Mas a Festa do Avante! tem também uma outra importante dimensão, a sua dimensão política, que terá no comício da Festa, no domingo, a sua principal expressão.

E porque assim é, e porque em toda a Festa estão presentes os valores de Abril, ela própria é um espaço de luta pelos direitos dos trabalhadores e do povo e pelo desenvolvimento do País. Uma luta que, nas circunstâncias actuais, tem como objectivos fundamentais o combate ao aumento do custo de vida, contra as desigualdades e injustiças sociais, pelo aumento geral dos salários e pensões, pela fixação e regulação dos preços dos bens essenciais, pela taxação dos lucros dos grupos económicos, em defesa dos serviços públicos com destaque para o SNS (que é preciso salvar e reforçar) e para a Escola Pública, pelo direito à creche gratuita, ao direito à habitação e aos transportes públicos; pela defesa da produção nacional; em defesa da democracia e da Constituição da República.


Uma luta contra a política de direita prosseguida pelo Governo de maioria absoluta do PS apoiada, em muitas das questões essenciais, pelo PSD, CDS, IL e Ch, uma política de submissão à UE, ao euro e ao capital monopolista; uma luta pela alternativa patriótica e de esquerda que coloque Portugal no rumo do progresso social.


O momento que vivemos coloca grandes exigências ao PCP e à sua capacidade de acção e intervenção.

No plano nacional verifica-se uma acelerada degradação das condições de vida dos trabalhadores e do povo, designadamente com o aumento dos preços e a perda de poder de compra a pesarem cada vez mais, em contraste com a acumulação de milhares de milhões de euros de lucros pelos grupos económicos nacionais e transnacionais, que nem o Governo nem PSD, CDS, IL e Ch ousam enfrentar e, muito menos, combater. Prossegue também o ataque aos serviços públicos, em particular, ao SNS.

No plano internacional destacam-se as consequências da escalada de confrontação política, económica e militar assumida pelos Estados Unidos e a NATO, o alinhamento da UE e dos governos europeus com essa estratégia e objectivos, e os perigos crescentes que comporta tal política de sanções e de guerra.

Fomos agora confrontados com o anúncio de aumentos brutais no preço do gás, feito pelas principais empresas do sector energético (mas também dos combustíveis, do material escolar e outros). Aumentos que anunciam ser da ordem das dezenas de euros mensais, e o Governo em vez de enfrentar aquelas grandes empresas e impedir esses aumentos, o que faz é dar os aumentos como adquiridos, ao mesmo tempo que insiste em travar o aumento de salários.
Em vez de enfrentar a sério os interesses do capital monopolista, o Governo do PS limita-se a anunciar uma medida destinada a contornar parcialmente o problema, admitindo a possibilidade de regresso dos consumidores à tarifa regulada (medida isolada e temporária cujo impacto o governo não definiu nem garantiu e contra a qual o PS votou no último Orçamento do Estado) e recusando, uma vez mais, a fixação de preços máximos que impeça o aumento do custo de vida e os lucros especulativos das empresas de energia, tal como a fixação do IVA nos 6%, como há muito o PCP tem vindo a exigir.


Entretanto, a par da realização da Festa do Avante!, o PCP desenvolve a sua iniciativa (de que foram exemplo, esta semana, as tomadas de posição em defesa do SNS, sobre os anunciados aumentos no gás e na electricidade, sobre a abertura do ano lectivo, de saudação ao MPLA pela sua vitória nas eleições de Angola) e concretiza a sua acção geral de reforço, em que se insere a preparação da Conferência Nacional sob o lema «Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências».


«É neste quadro exigente – como lembrou Jerónimo de Sousa na Feira de Agosto em Grândola - que se coloca ao nosso Partido a necessidade de reforçar a sua capacidade de acção e intervenção, quer na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo e de medidas imediatas que respondam às suas necessidades, quer no desenvolvimento da luta mais geral pela política alternativa patriótica e de esquerda capaz de assegurar ao País um futuro de desenvolvimento, progresso e justiça social, que contribua para a paz, a cooperação e a solidariedade entre os povos.»