PREPARAR A FESTA E INTERVIR

«Iniciativa, intervenção e luta»

Continuam a adensar-se as preocupações em relação à evolução da situação nacional com o agravamento do custo de vida, que tem vindo a traduzir-se numa forte desvalorização dos salários, das reformas e pensões, ao mesmo tempo que disparam os lucros da generalidade dos grupos económicos e financeiros, como o PCP denunciou na passada quinta-feira, exigindo o aumento geral dos salários e das reformas e pensões. E, simultaneamente, insistindo que os lucros obtidos com a especulação sejam tributados através de um imposto extraordinário e sublinhando também «que é preciso ir mais a montante, pôr fim à liberalização da nossa economia, recuperar o controlo público sobre os sectores estratégicos, abandonar os mecanismos especulativos de fixação de preços, revogar as normas gravosas da legislação laboral, romper com o caminho que a política de direita tem imposto ao nosso País».

Entretanto, o Governo, dando voz às exigências do grande patronato e às orientações de contenção salarial do BCE e da UE, insiste que não pode aumentar os salários para não criar a chamada espiral inflacionista. Posição, aliás, em que é acompanhado pelo PSD, CDS, IL e Chega que, em matéria de salários e direitos, alinham na defesa dos interesses do capital, aproveitando a situação para agravar a exploração.

Mas, por mais que afirmem o contrário, não é o aumento dos salários que faz aumentar a inflação, mas sim o forte aumento dos combustíveis, da energia e dos bens alimentares. Aumentos feitos, por via especulativa, aproveitando como pretexto a guerra e as  sanções  que os governos da NATO, incluindo o português, tudo fazem para que continuem.

Impõe-se aumentar os salários e pensões para melhorar a vida de milhões de trabalhadores, reformados e das suas famílias, com cada vez maiores dificuldades. Mas também para uma mais justa distribuição da riqueza e para dar um impulso à economia e em particular às micro e pequenas empresas que, no fundamental, dependem do consumo dos portugueses.


Também no que diz respeito aos serviços públicos o Governo vai aplicando a sua política de desinvestimento e destruição.

Veja-se o que se está a passar com o SNS e com a Educação. O Governo persiste em não tomar as medidas indispensáveis e urgentes para a recuperação dos serviços públicos.

No que ao SNS diz respeito, o governo nada resolve em relação à valorização das carreiras e remunerações da saúde, que não tem investimento suficiente e que assume a sub-orçamentação como prática normal.

Ora, o que é preciso é o incremento significativo da grelha salarial e uma valorização acentuada das carreiras dos trabalhadores da saúde, o reforço imediato do orçamento da saúde, a retirada imediata da norma travão incluída no recente diploma de valorização das horas extraordinárias nas urgências hospitalares.


O PCP tem apresentado soluções para os problemas do País, demonstrando que é possível outro caminho, com uma política patriótica e de esquerda, que coloque Portugal numa rota de desenvolvimento e de progresso social. Mas, para o conseguir, é preciso continuar a desenvolver a luta dos trabalhadores e das populações.

Foi no quadro desta intensa intervenção que o PCP tomou diversas posições esta semana – sobre os lucros dos grupos económicos e as suas causas; a importância da luta contra a guerra, pela paz, por um mundo livre de armas nucleares, lembrando o horror nuclear de 6 e 9 de Agosto de 1945, em Hiroxima e Nagasáqui; condenando os bombardeamentos de Israel sobre a Faixa de Gaza e apelando ao reforço da solidariedade com a luta do povo palestiniano; pela necessidade de medidas para prevenir a seca e de uma estratégia nacional para a água e a segurança hídrica; de apreciação crítica e denúncia dos objectivos do novo Estatuto do SNS – e continuou a exigir o aumento dos salários e pensões e a regulação e controlo dos preços; a estimular a luta de massas; a dinamizar a defesa dos serviços públicos – particularmente o SNS e a Escola Pública – e da produção nacional.


Em simultâneo, o PCP toma medidas tendo em vista o seu reforço orgânico, prepara a Conferência Nacional marcada para 12 e 13 de Novembro e intensifica a preparação da Festa do Avante!, com prioridade para a sua divulgação e a venda da EP.

De facto, estamos a preparar uma grande festa com destaque, no plano da sua dimensão cultural, para o rico programa musical, o teatro, o cinema, o desporto, a ciência, o artesanato, a gastronomia e, no plano da sua dimensão política, para as exposições, debates, a solidariedade internacionalista e, em especial, o comício da festa, no domingo.

Como sempre, será a festa de Abril e dos seus valores, a festa da juventude e do povo, da paz e da solidariedade; Festa da amizade, da liberdade; Festa onde todos podem ir e onde todos são bem-vindos – homens, mulheres, jovens, idosos e crianças – porque para todos há motivos de atracção naquele imenso e lindo espaço da Atalaia. Porque todos ali podem sentir-se bem e fruir, com tranquilidade e alegria, aqueles três dias.