- Nº 2540 (2022/08/4)

Festa do Avante! – terra da fraternidade, em cada rosto igualdade

Opinião

A Festa do Avante! é um acontecimento político, cultural e desportivo, que lhe confere características sem paralelo no panorama nacional. Durante três dias, naquele belo e aprazível espaço, está reflectida a diversidade do País através da gastronomia, do artesanato, da cultura popular e dos problemas e aspirações dos que vivem, estudam e trabalham nos diversos distritos e regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Uma Festa que em espaços próprios valoriza as aspirações da juventude, os direitos das mulheres, das comunidades imigrantes em Portugal, dos emigrantes portugueses no mundo, entre outros. Uma Festa que afirma o valor da criação e fruição cultural, o direito ao desporto, e a solidariedade com os povos de todo o mundo, por um mundo mais justo e de Paz que marca o Espaço Internacional.

A partir das exposições e debates que irradiam do Espaço Central, a vasta programação permite o debate de diferentes problemáticas de actualidade, nos quais o PCP apresenta a sua visão, propostas e soluções, e quem neles participa dá a sua opinião e contributo.

Em cada edição da Festa do Avante!, incluindo nas realizadas em tempo de surto epidémico, muitos milhares de visitantes vivenciam sentimentos especiais, porque ela traduz uma «terra de fraternidade», cada rosto é um «rosto de igualdade», onde se respira liberdade, solidariedade, tolerância, alegria de viver e de conviver.

Sim. A Festa do Avante! tem características únicas que lhe advêm do alcance social e político que marcam os seus três dias de realização.

É uma realização do partido Comunista Português. Mas envolve cada vez mais pessoas que não sendo seus membros são amigos do PCP, da JCP e da Festa.

São pessoas que vivem a Festa, que a ajudam a construir, que participam nos turnos de trabalho que a fazem funcionar, afirmando-a por aquilo que efectivamente é: Festa de Abril e dos seus valores, Festa da juventude e do povo, Festa da amizade, da paz e da solidariedade.

A Festa onde todos podem ir – homens, mulheres, jovens, idosos e crianças – porque todos ali podem sentir-se bem e fruir com tranquilidade aqueles três dias.

Direitos das Mulheres na Festa do Avante!

Os direitos das mulheres e a sua luta contra todas as formas de exploração, discriminação e violência a que estão sujeitas, e as propostas do PCP para lhes dar combate num caminho que vise a sua erradicação e a emancipação social, têm estado sempre presentes no Pavilhão da Mulher.

Assim será este ano, nos debates que terão lugar neste espaço, com uma abordagem liberta do apertado espartilho da agenda mediática sobre os direitos das mulheres, a que não fugimos, que visará alargar a reflexão sobre as diversas problemáticas que envolvem a situação e os direitos das mulheres em diversos domínios, particularmente agravados no tempo presente.

São disso exemplo, os impactos da carestia de vida na condição das mulheres, em particular das trabalhadoras, sujeitas à precariedade laboral, à ausência de reposição do poder de compra dos seus salários, mas igualmente das que vivem com baixos valores de reforma. Carestia de vida que é factor acrescido de degradação das condições de vida, de pobreza e empobrecimento, sinónimo de acrescida instabilidade e insegurança, da falta de dinheiro para a satisfação das necessidades quotidianas, mas igualmente de mais tempo despendido, mesmo que partilhado com outros membros do agregado, com tarefas domésticas e familiares.

O reiterado desinvestimento em importantes serviços públicos, como no Serviço Nacional de Saúde, compromete conquistas que só foram possíveis em Portugal após a Revolução de Abril no domínio da saúde sexual e reprodutiva, na gravidez e no parto.

Esta é uma dinâmica de retrocesso social que alimenta todas as desigualdades e discriminações, incluindo as que impedem às mulheres a igualdade no trabalho e na vida e o cumprimento dos seus direitos. A luta das mulheres apresenta-se como elemento central para contrariar este caminho.

O Pavilhão da Mulher é um espaço de encontro, de convívio e debate com todos os visitantes da Festa que a ele acedam, em especial para quem atribui especial significado ao activismo em defesa dos direitos das mulheres.

Uma luta de todos os dias que marca encontro nos dias 2, 3 e 4 de Setembro.

Fernanda Mateus